sábado, 29 de setembro de 2018

FADOS, ALFAMA
Não sou apreciador do fado. Mas reconheço que vários são bem interessantes. E existem muito bons cantores, fadistas.
Não sendo apreciador, muito menos um perito na matéria, ainda assim arrisco dizer que não me é muito difícil acertar em nomes que têm excelente voz. Tal como sei que existem alguns cantores que não são propriamente fadistas tradicionais.
Vem isto a propósito de me terem convencido a ter ido ontem a Alfama. O programa mais forte era no palco principal, com uma senhora que eu não conhecia, Maria Emília, depois Paulo de Carvalho e a rematar Dulce Pontes.
Com a reserva que decorre do que supra referi, pareceu-me que Maria Emília promete.
Paulo de Carvalho, sem ser um fadista tradicional, é qualquer coisa que eu imagino difícil de bater.
Extraordinária voz, e sabe cativar e envolver o público. As bancadas estavam cheias e quanto aos que estavam de pé mais perto do palco havia muita gente.
Foi para mim um muito bom momento da noite.
Veio depois Dulce Pontes.
Respeito, como sempre, as opiniões divergentes.
A minha é que a cantora, que tem boa voz, enveredou há anos pela gritaria estridente, pelos berros, e quase não cantou fados.
A menos que o tenha feito na parte final, porque desisti, fui-me embora.
Quando saí, já centenas o tinham feito, as bancadas quase vazias.
Uma tristeza, um barrete de espectáculo.
Paulo de Carvalho uma voz cristalina, límpida, forte, percebendo-se tudo, todas as palavras. Encantando o público, envolvendo o público.
Dulce Pontes terá êxito no estrangeiro, não percebem a língua, portanto não cuidam senão da sonoridade rebenta tímpanos e da batucada.
AC

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