Tenho visto quase todos os videos com as "prestações magníficas" dos vários intervenientes, directos ou não, sobre a telenovela mexicana. Agora acabo de ler no Observador a notícia sobre as declarações de um vice-almirante que esteve algum tempo (2 anos ??) no gabinete de António Costa.
Mais uma vez é de estarrecer, mas apenas quem ande iludido há décadas sobre as coisas neste País fantasma.
Desse texto, fica-nos também o "sabor" da categoria dos inquiridores.
Sempre achei piada a estas referências como a que aparece acerca de um putativo convite de António Costa a este almirante.
Há quem goste de acreditar nestas coisas.
A maioria das pessoas não se interessa nem tenta perceber como as coisas acontecem e se fazem. E elas são urdidas e jogadas.
Neste caso e em outros sei bem.
Por exemplo, conheci uma pessoa que, anos atrás, julgava que ia poder ter conversas frequentes e contribuir com o seu conhecimento para as decisões de um certo ministro. Ao fim de muito tempo e depois de perceber que quase nem o chefe de gabinete lhe falava, bateu com a porta.
Muitas das pessoas que vão para gabinetes convencem-se de certas ingenuidades. Muitos desses assessores até se convencem que fora dos gabinetes muitos também se impressionam com a categoria das suas posições e cargos. Na maioria dos casos foram para os gabinetes quase por favor. Adiante.
Voltando à notícia sobre este almirante na CPI da AR, também este oficial soube da coisa pelos OCS. E diz o jornal que o almirante disse que nunca falou com Costa sobre o assunto Tancos. E nem o terá aconselhado.
Coisa naturalíssima, obviamente, como até a minha velhota vizinha na aldeia percebe perfeitamente.
Mais á frente no artigo, aparecem mais delícias,
> nem todos os documentos que o gabinete recebia sobre as suas matérias lhe chegavam às mãos (só estranha quem não percebe nada disto, do que se passa em muitos gabinetes),
> o deputado social democrata, José Matos Rosa, estranhou que um assessor militar como ele nunca tenha feito qualquer relatório sobre o tema Tancos ao primeiro-ministro (ele há cada deputado a estranhar cada coisa...),
> o vice-almirante explicou que, como cidadão, sentiu que o furto a Tancos foi uma “injustiça terrível para o Exército” (esta é deliciosa, digo eu),
> Já na pele de “militar”, descreveu a notícia do furto como um “choque”,
> “Qualquer cidadão português ficou afetadíssimo por isto (eu serei um qualquer cidadão mas não fiquei, só confirmei o que sei há anos) ,
> “Não fazia relatórios dos meus estados de alma”, “Não tomei ação alguma, fiquei na expectativa de qualquer coisa que o primeiro-ministro pretendesse de mim”,
> Uma reunião que, segundo se recorda, não precisou de preparação, e na qual apenas encaminhou os participantes para a sala (faltou o porteiro).
Entre estados de alma dos inquiridores e do inquirido, mais palavras, para quê?
AC
Desse texto, fica-nos também o "sabor" da categoria dos inquiridores.
Sempre achei piada a estas referências como a que aparece acerca de um putativo convite de António Costa a este almirante.
Há quem goste de acreditar nestas coisas.
A maioria das pessoas não se interessa nem tenta perceber como as coisas acontecem e se fazem. E elas são urdidas e jogadas.
Neste caso e em outros sei bem.
Por exemplo, conheci uma pessoa que, anos atrás, julgava que ia poder ter conversas frequentes e contribuir com o seu conhecimento para as decisões de um certo ministro. Ao fim de muito tempo e depois de perceber que quase nem o chefe de gabinete lhe falava, bateu com a porta.
Muitas das pessoas que vão para gabinetes convencem-se de certas ingenuidades. Muitos desses assessores até se convencem que fora dos gabinetes muitos também se impressionam com a categoria das suas posições e cargos. Na maioria dos casos foram para os gabinetes quase por favor. Adiante.
Voltando à notícia sobre este almirante na CPI da AR, também este oficial soube da coisa pelos OCS. E diz o jornal que o almirante disse que nunca falou com Costa sobre o assunto Tancos. E nem o terá aconselhado.
Coisa naturalíssima, obviamente, como até a minha velhota vizinha na aldeia percebe perfeitamente.
Mais á frente no artigo, aparecem mais delícias,
> nem todos os documentos que o gabinete recebia sobre as suas matérias lhe chegavam às mãos (só estranha quem não percebe nada disto, do que se passa em muitos gabinetes),
> o deputado social democrata, José Matos Rosa, estranhou que um assessor militar como ele nunca tenha feito qualquer relatório sobre o tema Tancos ao primeiro-ministro (ele há cada deputado a estranhar cada coisa...),
> o vice-almirante explicou que, como cidadão, sentiu que o furto a Tancos foi uma “injustiça terrível para o Exército” (esta é deliciosa, digo eu),
> Já na pele de “militar”, descreveu a notícia do furto como um “choque”,
> “Qualquer cidadão português ficou afetadíssimo por isto (eu serei um qualquer cidadão mas não fiquei, só confirmei o que sei há anos) ,
> “Não fazia relatórios dos meus estados de alma”, “Não tomei ação alguma, fiquei na expectativa de qualquer coisa que o primeiro-ministro pretendesse de mim”,
> Uma reunião que, segundo se recorda, não precisou de preparação, e na qual apenas encaminhou os participantes para a sala (faltou o porteiro).
Entre estados de alma dos inquiridores e do inquirido, mais palavras, para quê?
AC
Sem comentários:
Enviar um comentário