sexta-feira, 13 de agosto de 2021

R E C O N H E C I M E N T O......

Sou antigo combatente. Guiné, 29 de Outubro de 1971 a 28 de Julho de 1973.

Recebi no passado dia 28 de Junho o "Cartão de Antigo Combatente", que tem também inscrito - "Titular de Reconhecimento da Nação".

Esperei até meados deste mês para ir averiguar se, o que está no verso do cartão e nas tretas inscritas da carta que o acompanhava, correspondiam já à realidade.

Telefonei para um dos grandes hospitais públicos e, depois de muita espera, lá consegui saber que não têm indicações/ orientações sobre o assunto.

Tratei de ir ver do passe intermodal e........ fiquei ciente. 

Ainda não tive oportunidade de ir a um museu ou a um dos monumentos nacionais para, quase de certeza, ter a confirmação daquilo que há muito sei: esta gentinha que nos pastoreia não tem vergonha nenhuma na cara.

E estou certo que o sr Cravinho MDN, mais os seus ajudantes directos, civis e militares, no estafante afã de em tudo mandarem, ainda não tiveram tempo para esclarecer e responder aos inúmeros, memorandos, cartas e ofícios que, estou seguro, há meses receberam de, Marcelo Rebelo de Sousa (na sua dupla qualidade de PR e Comandante Supremo das Forças Armadas), Ferro Rodrigues, do  presidente da comissão parlamentar de defesa, do secretário-geral do PS, do PSD, do PCP, do CDS, do BE, do PAN, do IL, do Chega, dos Verdes, das deputadas independentes / não inscritas, do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas que agora manda nisto tudo, da Associação 25 de Abril, da Liga dos Combatentes.

Antigamente havia, por exemplo - lá vamos cantando e rindo - agora andamos pelos, melhores dos melhores e outras demagogias e proclamações inócuas, tudo a fingir para cidadão comum enganar mas, sobretudo, com o extremo cuidado de nunca ofender os amiguinhos

Mas como há muito quem goste, aí estão à vista de todos, os magníficos resultados ofertados por esta gente que, tudo garante, tudo promete, tudo orçamenta, sobre tudo legisla, pouco cumpre.

A revista Sábado de 29 de Julho tem um artigo sobre este assunto. E tem algumas declarações de Catarina Sarmento e Castro que é Secretária de Estado dos Recursos Humanos e ex-Combatentes que, de acordo com a revista, disse:

> Houve um vazio de mais de 40 anos e finalmente conseguiu-se um estatuto aprovado na assembleia da República, que dá aos antigos combatentes o devido reconhecimento pela sua abnegação, pelas suas perdas. É claro que os apoios e as ajudas também são necessários, mas esses reconhecimento é o ponto de partida para tudo.

> O sacrifício destas pessoas não tem preço.

> Vejamos o caso dos transportes: envolve quatro áreas políticas diferentes, mais as autoridades metropolitanas de Lisboa e Porto e as 21 comunidades intermunicipais abrangidas. Para além de vários operadores no terreno.

A lei 46/ 2020 foi aprovada na AR salvo erro em Junho desse ano. Naturalmente, reconheço que, finalmente, há um reconhecimento formal há um formal respeito pelos antigos combatentes. Mais vale tarde que nunca poderá ter sido a sugestão silenciosa da secretaria de Estado. É verdade. 

Mas ainda mais verdade é o desprezo de mais de 4 décadas para com os antigos combatentes, por parte dos poderes democráticos. Creio até que da parte de muitos políticos e dos sucessivos titulares de órgãos de soberania desde 25 de Abril de 1974, tem havido muito mais que desprezo, chega a ser da parte de muitos um autêntico asco para com os antigos combatentes (colonialistas, não é?), para com os militares, para com as Forças Armadas. 

Esquecem que vivem numa democracia formal e votam livremente porque isso lhes foi oferecido pelos militares, pelas Forças Armadas, com um grupo de oficiais a dirigir.

Sim, Sra Secretária de Estado, imagino trabalhosas as diligências com todas as instituições envolvidas para que, na vida prática do dia a dia, a gratuitidade nos transportes vigore. É a conclusão que retiro ao fim de um ano passado sobre a aprovação da lei.

Sim, Sra Secretária de Estado, imagino muito ou ainda mais difícil e complexo o governo enviar uma norma para todos os hospitais e todas as outras unidades do SNS de modo a que passem a estar isentos de taxas moderadoras todos os antigos combatentes portadores do respectivo cartão. Deve ser muito complexo dar esta ordem.

Este último aspecto, é porventura o mais eloquente e demonstrativo da habitual postura de muitos políticos de todas as cores mas, em particular, deste governo PS, sempre prometendo, pouco cumprindo. Uma continuada ausência de vergonha na cara, um nojo, esta indigna gente.

António Cabral

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