quinta-feira, 4 de julho de 2024

QUE PENSARÁ VITÓRIA no SEU TÚMULO?
A Rainha Vitória reinou imenso tempo, ultrapassou o mandato de Isabel I, o seu reinado só foi ultrapassado pela recém falecida Isabel II.
Vitória foi rainha de império imenso. Teve como sua estrela a Índia.

Depois de Vitória tudo se começou a esboroar.
I GG, depois desta guerra ganhou mais territórios, guerra da Irlanda (1919-1921), Irlanda independente em 1922, pouco antes da IIGG o lamentável folclore de Chamberlain e a sua fé em Hitler, II GG, onde ainda mostraram ter algum poder, marinha de guerra, tropas, aviação em barda.

Churchill lá conseguiu estar em Ialta e Potsdam.
Depois ainda se envolveram, na Malásia (1948-1955), na Coreia (1950-1953), tiveram enorme caos com os Mau-Mau no Quénia (1952-1960), berbicachos em Chipre (1955-1960), passaram pela vergonha juntamente com os franceses no caso do Suez, onde tiveram a oportunidade de verificar que já não eram potências por aí além.

Colecionaram PM, Chamberlain, Churchill, Attlee, Churchill, Eden, MacMillan (que proclamou - finalmente a grande prosperidade), Douglas Home, Heath, Wilson, Callaghan, a leoa Thatcher, e a seguir sucederam-se cada vez mais cromos, Major, Blair, Brown, Cameron, May, Johnson, Truss e agora o rico e inarrável Sunak.

Sucederam-se os desaires e os desastres. Poder minguando.
Trataram rapidamente quanto possível da descolonização. 
O sub-Continente Indiano deu no que deu.
África e Médio e Extremo Oriente deu no que deu.

Arranjaram a Commonwealth ou seja, uma "união" para continuar a ter acesso aos recursos em África e Ásia.
O Reino Unido gradualmente recebendo cada vez mais gente do seu antigo império.

A primeira vez que fui a Londres, 1969, há 55 anos portanto, entre as várias coisas em que reparei é que a esmagadora maioria dos funcionários no metro e nos autocarros e nos táxis eram sobretudo asiáticos.

Salvo melhor opinião, o Reino Unido começou a definhar de média potência sobretudo a seguir ao fim de Major como PM.
Quando se olha para certas realidades como, qual é hoje o seu poderio real militar (ok, tem algumas armas nucleares), qual o seu poder económico desde que saiu da UE, qual é a coesão da sociedade, como conta na realidade da geopolítica e relações internacionais do presente para lá de ser um vassalo dos EUA, podemos talvez convencer-nos de que, hoje, o Reino Unido média potência está hoje um Reino Unido que, como diz a linguagem popular, já foi! Exagero?

Claro que o mundo muda, mas, olhando ao que se passa hoje naquela  média potência de outrora, olhando às sondagens acerca das eleições que estão a decorrer nesta 5ª feira, que hei-de pensar?
Vitória estará aos saltos no caixão?
Aguardemos pelos resultados eleitorais que estão a decorrer.
António Cabral (AC)

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