Azia - sensação de acidez no estômago; mas, na vida em sociedade, nas relações humanas, muitas vezes é agastamento, entre certas pessoas é detestarem-se, não se suportarem.
Em política ocorre muito a azia. Então na Tugolândia!
Vem isto hoje a propósito do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo (GM), comum e pejorativamente designado como o herói das vacinas.
Heroísmo? O jornalismo português do costume, adiante.
Vem a propósito dele e dos mais recentes ataques (opinião pessoal, naturalmente) que crescentemente lhe dirigem.
Sondagens, artigos de opinião, e os recados de Belém que em catadupa se estão a somar às patéticas declarações como as vocalizadas depois de apreciar "drones".
Se não se conluiarem com as empresas de sondagens cada vez venderão menos.
A última sondagem, que serve designadamente para alimentar egos e aliviar ou aumentar ansiedades, e para dar oportunidade a muitos textos, entrevistas, declarações, vacuidades, indica que GM reúne 21% das intenções de voto em sondagem da CNN, seguido de Passos Coelho, com 14,7%, e Marques Mendes, com 10,6%. Abaixo dos 10% surgem Ventura, Centeno, Ana Gomes e Santos Silva.
Parece que Augusto tem uma ridícula percentagem. Fica-lhe a matar.
Mas voltemos ao princípio.
Surgiu o deplorável Coronavírus e, temendo que houvesse problemas mesmo tendo sido um ridículo "espirro lá longe", Costa, Temido e Lacerda (não, não é o facilitador) abençoados por Marcelo arranjaram um diligente para tratar da saúde ao Coronavírus.
Mas num ápice se viu que o diligente . . . . . .
Marcelo e Costa terão conversado, perceberam que havia bronca da grossa e alguém sussurrou à orelha presidencial . . . . olhe que é melhor tratar disto com militares . . . . e a instituição militar rapidamente colocou no terreno uma boa estrutura que muito auxiliou o ministério da saúde, e o Coronavirus foi bem enfrentado.
Daqui, o tal herói da vacinas.
Mas aquela rapaziada que todos conhecem, os das vacuidades, os das proclamações gongóricas, os que em vez de servirem a sociedade normalmente mais se servem da sociedade e dos cargos para que os elegemos, repararam subitamente que, ao lado das suas continuadas proclamações e vacuidades e de quase nada resolverem na sociedade, crescia crescentemente na comunicação social e na cabeça das pessoas comuns a noção de que havia na sociedade um homem sério e simples.
Oh diabo, cogitaram em momentos ligeiramente diferentes os trutas que bem conhecemos, e ainda por cima perto das presidenciais.
Há que arrumar o tipo pois pode ser perigoso para nós todos.
Decidido ficou e trataram de o indigitar para chefe da Marinha.
Mas tão à pressa e sem jeito o fizeram que até Marcelo considerou demasiado mal feito, e colocou a coisa em banho maria até depois de dois ou três dias após o Natal, em cerimónia basicamente sigilosa.
Uma vergonha típica desta gente toda.
Bom, os três anos de mandato de GM à frente da Marinha estão a esgotar-se, chegam ao fim em Dezembro próximo.
Bom, os três anos de mandato de GM à frente da Marinha estão a esgotar-se, chegam ao fim em Dezembro próximo.
E nestes três anos a dita aura de GM continuou na cabeça de muitos cidadãos comuns. Dele, GM, foi mantido o suspense, mantida a aura.
Não é pois de admirar, com tanto espectáculo deplorável diariamente saído dos palácios vários, e das contínuas vacuidades dos importantes (???), dizia eu que não é de admirar que muitos olhem para alguém que parece transmitir seriedade e honestidade.
Já escrevi várias linhas sobre aspectos constitucionais e de legislação outra explicando que nada impede que um militar possa concorrer a eleições incluindo as presidenciais, desde que fora do serviço activo.
Mas é claro que, para certos produtores de diárias vacuidades, para certos palradores diários, para certos jornalistas pombos correio, em que eles todos sim, é que são conhecedores do mundo, viajados, conhecedores do país de lés a lés, especialistas em tudo o que um Presidente desta República deve ser e saber (economia, saúde, emprego, geopolítica, relações internacionais, sorver uma boa Vichyssoise, etc.) o almirante GM não passa de um totó arrogante e autoritário. E um enorme ignorante, ignorância equivalente à sua altura física.
Eles sim, é que puseram Portugal fora dos carris, perdão, puseram Portugal no bom caminho em tudo, desenvolvimento, emprego, industrialização do país, finanças do Estado, corrupção, economia, seca, justiça, ensino, habitação, ordenamento do território, acabaram com o despovoamento do interior, florestas, banca, etc.
Estarmos quase no fim da fila entre os da UE é "fake news".
E assim estamos numa fase em que surgem os artigos recado, numa fase em que o comentador-mor não pára de debitar vacuidades sobre as presidenciais.
Uma das coisas mais patéticas surgidas nos últimos dias, e bem demonstrativa da pobreza de espírito quer do mandante dos recados quer dos pombos correio, é sobre este putativo desejo dos políticos todos de propor a GM (não tenho certeza sobre o que as criaturas estarão a pensar) a recondução de mais dois anos à frente da Marinha, ou a nomeação para Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, o topo dos cargos militares nacionais.
Desconheço o que está na cabeça de GM e estou-me nas tintas para isso.
Aliás, deixem-se recordar já, como no passado já escrevi, estou-me nas tintas para se GM se candidata ou não ao Palácio de Belém mas uma coisa é certa, tem todo o legítimo direito de se candidatar.
Mas sendo o voto secreto, garanto que não votarei nele, como nem em Marques Mendes, nem no inarrável homem das cativações, nem em Ana Gomes, nem no Augusto, nem em Passos coelho.
Imaginam esta gente à frente do país? Eu também não!
Para que fique bem claro.
Dizem os pombos correio - o país (??) não conhece GM.
Mas pergunto eu - o país conhece bem esta gente não conhece?
E por isso está mortinho por ter um deles em Belém. Certo!
Voltando aos rebuçados com que querem comprar GM para o afastar das presidenciais, uma conclusão é óbvia: esta gente, super incompetente, NÃO SE ENXERGA.
Ou, se ele aceitar cargo militar, em vez de deixar já o serviço activo, tencionam promulgar uma lei a dizer que um chefe militar está proibido de se demitir do cargo antes do final do mandato e, portanto ficando fora do serviço activo?
Não são uma cambada de tontos?
Obviamente que, venha GM a ser mais uns tempos chefe da Marinha ou chefão dos militares todos a partir de Dezembro próximo, se quiser demite-se lá para meados de 2025 manda Marcelo e outros às favas e vai concorrer às presidenciais.
Em síntese, muito receio anda por aí, muita azia, mas também e sempre para nossa desgraça, uma vazio completo nas cabecinhas desta gente que, supostamente, devia dirigir e governar o país.
Pobres de nós cidadãos comuns.
Ah, escrevem - se aparecer em Belém a proposta, o Presidente assina de cruz!
Eu é que assinava de cruz se pudesse correr JÁ com esta gente toda.
António Cabral (AC)
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