OLHO . . . . OUÇO . . . . .
Acabei o pequeno almoço, estou com a chávena do café acabado de tirar, são 0930 quando olho o televisor, aqui sentado em casa, na aldeia, onde vim para em dois dias tentar resolver algumas pequenas tarefas de manutenção.
Olho o televisor e, saltitando entre os vários canais de notícias, observo, sem espanto, os inúmeros sinais de país do terceiro mundo.
Idosos atarantados, olhares perdidos, pânico em muitos olhares, mangueiras de regar o quintal a querer apagar chamas, batidas nas chamas com arbustos, agentes da GNR a correr para um lado e logo a correr no sentido inverso, um civil camião tanque de água a ligar mangueiras, pessoas a fugir, baldes de água atirados para uma casa que ardeu completamente e continua a arder só com paredes exteriores de pé.
Impotência generalizada.
Muitas imagens ilustram muito bem o estado de manutenção de florestas, matos, estradas, aldeias. Um abandono generalizado, descuido generalizado, tristeza generalizada, caos generalizado, "excelente" ordenamento territorial.
Olho pelas janelas e aqui o céu está carregado de nuvens, oxalá a meteorologia amaine e acabe por ser uma ajuda no sentido de menor calor e vento.
Ouço as notícias, calamidade formal anunciada para vários concelhos, mas a calamidade está um pouco por todo o lado, calamidade a cair em cima dos mais desfavorecidos, dos desterrados no interior há décadas abandonado, calamidade vergonhosa em muitas bocas que gostam de nos continuar a enganar.
Ouvi as notícias no rádio do carro quando ontem à noite vinha para aqui, e entre outras ouvi que iam escutar um por um das várias agremiações os ditos eurodeputados, e mal comecei a ouvir a Temido mudei logo para a música da Antena 2.
O costume, portanto.
Tenham uma boa 4ª Feira, cuidem-se, saúde.
António Cabral (AC)
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