quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

PÚBLICO, 23DEZ2024
No jornal Público acima indicado saiu um artigo/ notícia que se transcreve parcialmente. Sublinhados da minha responsabilidade.

Vasco Lourenço
“Continua a haver muita coisa para dizer”


No dia 25 de Abril de 1974 centenas de jovens militares, a maioria deles com idades abaixo dos 30 anos, uniram-se para derrubar o regime. E houve um homem que esteve no centro desse furacão: Vasco Lourenço.

Nascido em 1942 na Lousa, em Castelo Branco, . . . . .. . 
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Foi o momento de perceber que tudo valera a pena. Todos os riscos tomados foram premiados com uma vitória no momento mais importante da História do Portugal contemporâneo. Logo após a Revolução, surgiram as publicações editoriais com variadas perspectivas dos acontecimentos. “Algumas dessas publicações são pouco tratadas, pouco trabalhadas, vê-se que foram escritas sob pressão, mas tiveram grande importância”, refere o actual presidente da Associação 25 de Abril.

As dúvidas daqueles que planearam a queda do regime foram-se esbatendo à medida que passos mais sólidos iam sendo dados, mesmo que a politização dos militares fosse, nalguns casos, bastante insípida. “Estávamos absolutamente convencidos de que íamos fazer aquilo que a generalidade dos portugueses queria que zéssemos. E, portanto, questionávamos pouco. A politização era muito fraca, havia ausência de politização na maior parte de nós.”

O amparo que depois sentiram nas ruas, a euforia entrelaçada com o agradecimento popular validou toda a acção contra o poder instituído.

Os livros desta colecção avivam estas memórias, mas existem ainda assuntos que, passados 50 anos, estão por revelar, sublinha Vasco Lourenço: “Continua a haver muita coisa para dizer e muitos mitos criados”, que a História ainda haverá de desfazer.

Não por acaso, o militar de Abril tem em mãos a conclusão de um livro de memórias que se dedicará ao assunto. “O livro está praticamente pronto. Conto episódios que colocarão em causa alguns mitos que foram criados. Tenho andado num conito pessoal porque sei que, quando o publicar, vou dar desgostos a algumas pessoas. Vou desfazer alguns mitos. No mínimo, ca escrito para memória futura.”

Se dúvidas existissem, sobre o 25 de Abril ainda não se disse tudo. Fica aqui a prova dada por um dos maiores e mais legítimos protagonistas da Revolução. “Por vezes revolta-me ver situações concretas, pessoas a aceitarem protagonismo de coisas de que não foram protagonistas. Desgosta-me ver a hipocrisia que é, por exemplo, as forças que foram vencidas no 25 de Novembro quererem comemorar a data como se tivessem sido elas as vitoriosas.

Sem se escusar à polémica, Vasco Lourenço refere, sem rodeios, que o grande vencedor dos acontecimentos do 25 de Novembro foi “a Constituição da República Portuguesa”, um documento que “só foi possível aprovar e pôr em vigor porque houve” este contragolpe.

. . . . . . . . . o 25 de Abril, por contraste, é um símbolo de liberdade. Foi e continua a ser”.
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Será que vai ser desta que acabam com mitos e sobretudo com certos mistérios? Vai mesmo ser tudo dito? Hummm . . . 
Aguardemos.
AC

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