sexta-feira, 11 de abril de 2025

(apetece-me voltar a publicar)

(Continuação)
SEGURANÇA,   DEFESA,   GUERRA.

A propósito do tema supra, a propósito dos sobressaltos que vão por esse mundo fora e designadamente ainda mais depois de 20 de Janeiro deste 2025, a propósito das baratas tontas que são os chamados lideres (????) Europeus deste anão militar que é a União Europeia (UE), a propósito dos sucessivos dislates na vertente interna onde incluo a MRPP que diz que os russos vêm por aí abaixo mais entrevistas e comentários de vários civis e militares, tenho repescado vários textos de opinião dos muitos que ao longo dos anos tenho escrito e partilhado aqui no blogue e em outros locais, e tenho expendido algumas opiniões sobre o que se vai agora passando. Aqui fica mais um texto.


MILITARES  e  CIVIS

Às voltas com os meus arquivos, encontro sempre preciosidades guardadas. Considero ser o caso que aqui, novamente, exponho. 

Em 1997, um dos meus melhores amigos, professor catedrático, infelizmente já não entre nós, proferiu uma alocução subordinada a este tema, Militares e Civis.

Salvo melhor opinião, um texto de lúcida análise da nossa sociedade e de permanente actualidade. 

Devia ser lida a muitos civis e muitos militares! 
A todos os políticos portugueses, os em actividade de funções, aos anteriores muitos dos quais, na sombra, continuam a infernizar a política nacional.

Aqui deixo alguns excertos dessa alocução em cerimónia pública.

Creio que se enquadra bem no momento presente, em que se amontoam os dislates de alguns titulares de órgãos de soberania, de vários políticos, autarcas, komentadeiras, e de donos e donas das mais variadas coisas mas sempre, com uma soberba superioridade moral.

"As sociedades distinguem os militares, não por razões de deferência temerosa, mas como  forma de reconhecimento à diferenciada função em que se empenham, de forma comumente disciplinada e previsível

Esta opção de vida por um serviço colectivo é valorizada por uns, inutilizada por outros, mas ninguém fica indiferente à realidade factual que ela encerra e que, no mais recôndito, alude ao conceito de nacionalidade, âmbito de particular relevância na vida dos homens de todos os tempos.

Sendo certo que toda a Nação tem o problema intrínseco da sua defesa, esteja ou não organizada politicamente em Estado-Nação, os militares são a certeza formal da sua possibilidade e as sociedades sempre aceitaram esta especialização dos civis, como forma de garantir a própria organização e eficácia  de um sentir colectivo.
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Sempre isto se esperou dos militares, e sempre isto eles souberam dar: fidelidade a uma causa através da garantia de um propósito.

Aceita-se que se faça a distinção entre militares e civis, talvez melhor entre paisanos e militares porque estes não aparecem desfalcados de cidadania, e não convém à natureza dos factos, identificá-los como uma espécie de casta à parte..........os militares são um conjunto diferenciado de nós todos, motivados para a salvaguarda da colectividade de que são membros e para a constituição da qual contribuíram com a sua intrínseca dignidade. É um empenhamento na coisa pública que a usura do tempo, até na sua vertente ideológica, não destrói ou arruina. 

E esta verdade chega até aos que gostam mais de ouvir do que compreender.
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Mas ao Camões de "mudam-se os tempos/ mudam-se as vontadessucedeu-se hoje a "mudança mudada em permanente mudança", o que leva muitos a lançarem pela borda fora da vida, não só as referências mas as permanências, sem as quais soçobra a própria vida comunitária.
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Cada qual, deve conscientemente, fazer o possível para se informar como vive o País, como e de que vivem as suas classes, quais os objectivos de cada grupo no contexto da sociedade.
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Ninguém pode estar contra si mesmo, nem contra os seus interesses.
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Salvo melhor opinião, lúcido, clarinho, límpido, directo.
Mas quer em relação às classes civis da sociedade portuguesa, quer em relação aos militares das Forças Armadas, um dos nossos mais graves problemas é exactamente o das corjas de todas as cores que gostam mais de ouvir do que compreender.

Há que não perder a esperança.
António Cabral 

(continua)

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