domingo, 1 de junho de 2025

CONTINUAMOS   NISTO
PSP identifica 257 estrangeiros em centro comercial de Queluz encerrado há um mês
Edifício tinha sido alvo de operação a 19 de abril. Moradores ilegais reocuparam espaço e reabriram lojas
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E a propósito disto, às centenas por todo o país, lembrei-me que há tempos o professor Jorge Miranda, insigne constitucionalista e um dos pais da nossa CRP, teceu considerações sobre imigração e, se estou bem recordado, pronunciou-se nesse âmbito particularmente quanto à nossa língua.

Não procurei, não conheço o teor completo da sua posição, tenho ideia de que Jorge Miranda terá referido algo sobre a necessidade dos imigrantes falarem a nossa língua. 

Portanto, não sei, 
- se na sua cabeça está a defesa intransigente de que os imigrantes têm de falar a nossa língua, senão rua, 
- se esta eventual intenção/ posição visaria qualquer desejável preferência por imigrantes apenas oriundos do Brasil ou das nossas ex-colónias,
- se a sua posição aponta no sentido de haver política de inserção que inclua a obrigatoriedade de frequência de um número mínimo de anos de escolaridade para obtenção de alguma proficiência em português.

Certas criaturas de esquerda pronunciaram-se logo ou, dito em linguagem popular, saltaram-lhe em cima.

Desconheço se, por exemplo, a nora que é uma conhecida e  proeminente figura do PS lhe deu alguma tareia verbal em casa sobre este assunto.

Algumas criaturas, como aquelas que só bebem do fino, têm a cor mas vangloriam-se sempre de não ter o cartão da cor, entendem (legitimamente, todas as opiniões a respeitar) que Jorge Miranda deve ponderar de novo sobre o que disse. 

Algumas criaturas, creio que uma delas foi Ana Catarina Mendes, pronunciaram-se com algum cuidado, salientando que a língua não deve ser factor de exclusão.
E eu concordo com ela, não deve ser factor de exclusão.

Eu não conheço, como escrevi acima, o texto das declarações de Jorge Miranda, não vou perder tempo à procura.

Atrevo-me a presumir que não serei o único a desconhecer o "todo", pelo que arrisco presumir que houve e haverá por aí interpretações e comentários baseados, por um lado, em leitura literal das palavras do professor, por outro lado, na crença "que querem não discutida" de que a imigração é vital para a economia e deve haver portas abertas, escancaradas. E nada de refilar.

Quando se fala da imigração, vejo muitos encómios e pouco de alertas.
Há imigração legal, há imigração ilegal. 
Há tráfico humano. 
Há exploração, desumanidade, como verificado em imensos locais do país, e basicamente no Continente. 

Teoricamente, chegam à procura de melhor vida.
Mas não chegam muitos para se escapulir depois para a Europa mais acima?

Ninguém perguntou se os nossos emigrantes (sec XIX e XX) falavam alemão ou francês ou inglês. Creio que assim era.

Séculos atrás, houve portugueses a chegar ao Japão. De certeza que não sabiam a língua. Por acaso, ao que se sabe, a maioria viria a acabar muito mal!

Numa primeira aproximação, quem sai de um país para outro, em princípio fá-lo fundamentalmente por uma das seguintes razões:
em busca de uma vida melhor do que aquela que no seu país tem, 
- para fugir de guerra e/ ou perseguições políticas.

Obviamente que quem tenta fugir aos horrores não está preocupado com questões de língua! 
Isso será preocupação posterior. De imediato, logo que pode, foge.

Quem imigra para arranjar melhor vida, em princípio procurará integrar-se na nova sociedade de acolhimento mas deverá (opinião pessoal naturalmente) tratar de rapidamente se aperceber das questões culturais do país onde chega, e procurar ter em conta as regras dessa sociedade, e tentar aprender a língua local.
O domínio mínimo da língua do seu novo país facilitará certamente a integração. Jorge Miranda ter-se-á pronunciado por exemplo nesta perspectiva?

Esta coisa da língua é curiosa, digo eu.

À esquerda, PS, Livre, PAN, PCP, BE nunca vejo ninguém publicamente preocupado, escandalizado, com o que as televisões mostram, de asiáticos há que tempos por cá, com restaurantes (???) , ou as lojas nas ruas da Baixa Lisboeta, ou Martim Moniz, Almirante Reis etc., e não sabem uma palavra de português.
E quanto às normas de higiene e limpeza . . . . mas isto passa-se meses e anos e nada é travado!

Naturalmente, cada emigrante legal será ou não um caso diferente.
Por exemplo, pode chegar primeiro um chefe de família e a restante família vir dois ou três ou mais anos depois.

A família ser já só de adultos ou então, haver crianças/adolescentes e neste caso, além das questões inerentes a todos há o problema da escolaridade e aqui a língua é factor decisivo.

Enfim, isto é um tema que dá para discorrer sem parar, escrever o triplo dos textos do Novo e Antigo Tratamento.

Voltando ao que está no início.
Temos Queluz, temos dentro de várias localidades dos arrabaldes das cidades e das vilas, temos dentro de várias aldeias, temos dentro das cidades e vilas, temos Almada, Seixal, Montijo, Samouco, Alcochete, Barreiro, Sesimbra, Setúbal, Castelo Branco, . . . não deve haver um distrito sem problemas destes. 

Há dias, em Castelo Branco, observei indianos com o seu turbante preto a ajudar nas obras de recuperação de passeios. Em alguns sítios do distrito de Castelo Branco já vi indianos a distribuir botijas de gás.

A economia parará sem eles?

Onde está a inclusão, a integração, o tratamento digno na vertente do alojamento?

Aqui na cidade onde tenho a residência fiscal, são várias as vivendas e quintas onde estão alojados/ a viver (???) imensos imigrantes.

Como dizia uma certa criatura é fazer as contas.

Vejam, numa das vivendas que conheço, perto da minha residência fiscal, grande, dois pisos, garagem e salvo erro com sótão, as divisões serão cerca de pelo menos dez. Se, em cada, meterem colchões para 8 a 10 criaturas, dá oitenta a 100, certo?

Se cada criatura pagar 10 Euros, o senhorio recebe 800 a 1000 Euros!
Se for 50? . . . recebe . . . . 4000 a 5000!
Mas se for 100? . . . . . Pois . . . . etc.

As forças de segurança sabem disto?
A Câmara Municipal sabe disto?
A Junta de Freguesia sabe dito?

TODA A GENTE SABE DISTO, INCLUINDO AS DELEGAÇÕES PARTIDÁRIAS!

Vou ficar por aqui!

Ah, espera, a prioridade é capaz de ser, ou um inquérito sobre a  Spinunviva, ou a alteração da Constituição, ou a discussão sobre as agressões na final da Taça de Portugal, ou as traições das personalidades (???) que vejo nas capas de umas "coisas" em papel que observo nos escaparates quando vou jogar o Euromilhões.

Não saímos disto!
AC

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