quarta-feira, 2 de julho de 2025

O TEJO
E a propósito do Tejo . . . 
O Tejo banha a grande Lisboa antes de se atirar nos braços do Atlântico Norte.
Dizem que tem cerca de 1070 km de comprimento, desde que nasce em Espanha, mas apenas 272 Km em Portugal. 

Deve ser por isto que Espanha se considera dona dele, dele retira a água que lhe apetece, dele deixa escorrer um pouco para nós, sempre  sob o olhar atento e venerando e incompetente de sucessivos governos e governantes.

É ir à zona de Abrantes, ir à zona da central encerrada, e observar o fio de água que por lá passa.

Tem um estuário curioso, imponente, largo, o que quiserem. Chega a nós depois de 10 barragens (creio) que lhe apertam a garganta, e depois de desvios/ raptos vários em território espanhol.
Há uma parte, dizem que cerca de 40 km, que é o Tejo internacional, faz a fronteira com os nossos grandes amigos espanhóis.

Quando olho para o Tejo, que contemplo amiúde desde, Lisboa, Montijo, Almada, Samouco, Seixal, Trafaria, Alcochete, Paço de Arcos, Oeiras, Alverca, Cacilhas, Vila Velha de Rodão, 
de Santarém, 
 
da Alcantara espanhola, 
ou dos lugares do distrito de Castelo Branco ao longo do troço internacional, lembro-me muito frequentemente de quando o vi pela primeira vez.

Mais bem dito, lembro-me de o ver pela primeira vez já com idade para me lembrar e aperceber de certas coisas. Estava a regressar de Angola com 6 anos, a bordo do paquete em que regressei de Luanda com os avós maternos. Entrar a barra Sul.

Os pais vieram creio que 3 ou 4 meses mais tarde. 
Tinham ido comigo para Luanda no primeiro trimestre de 1948, tinha eu 3 meses. 
Tinham partido para um sonho de vida trabalhosa mas boa, infelizmente com duração verificada de poucos anos.

Quando olho para trás lembro muita coisa, outras não recordo já com nitidez, ou de todo.

Do Tejo pode falar-se sob muitas perspectivas, de muitos temas.
Pode recordar-se o que já referi em cima acerca de "mandantes", raramente não fugindo à descrição de incompetentes, inaptos, untuosos, vendidos.

Pode recordar-se tragédias de vida como a dos Avieiros e o nome Alves Redol que de certa forma os imortalizou. 
Foram talvez cerca de 70 ou pouco mais as minúsculas localidades avieiras. 
Pode ir ver-se o estado triste da maior parte dessas localidades hoje praticamente sem "almas", por exemplo, as talvez mais conhecidas, Patacão, Palhota, Escaropim, Caneiras.


Pode falar-se da Reserva Natural do Estuário do Tejo.

Pode falar-se do que se observa da ponte Vasco da Gama, de um e outro lado, dezenas e dezenas de barcoitas certamente todas vistoriadas pela autoridade marítima, todas um aprumo de conservação e segurança, como observável no Samouco, no Montijo, em Alcochete e aqui em múltiplas zonas. 

Um espectáculo digno de se ver, observar os laboriosos empreendedores da amêijoa, que tão forte impulso dão à economia nacional, que tão grande impulso dão ao arrendamento local nas margens do Tejo! 
E o Tejo agradece-lhes!

Hoje fico por aqui.

António Cabral (AC)

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