sexta-feira, 6 de março de 2015

A fotografia
A minha primeira máquina fotográfica foi-me oferecida, não por meu pai porque infelizmente o não podia fazer, mas por meu avô adoptivo. Foi uma Canon QL 19, em 1969. Foi aí que nasceu o meu bichinho. A realidade da vida levou a que fosse tirando fotografias ao longo dos anos, a maioria, do ponto de vista técnico, a roçar a porcaria. Mas, a maioria também, com significado afectivo etc. Desse ponto de vista muito boas. A vida proporcionou-me que entre a Canon e uns anos mais tarde e durante muito tempo uma Yashica FR1 andasse pelo analógico. Só mais recentemente e já ela estava no mercado há muito tempo, entrei no digital com Yashica S5000, uma máquina simples mas creio muito simpática. E com grande esforço financeiro, porque o "bichinho" no plano técnico começou a engordar, lá me abalancei e continuo com a Nikon D90. Um maquinão, para mim.
Isto para partilhar que só a partir de 2008 comecei a olhar para o que apanhava por aí com algum cuidado técnico. E, claro, então fui verificando - "Eh pá, que fraquinha fotografia". Mas creio que desde 2012 as coisas têm melhorado, com algum estudo pessoal, com cuidado, o tempo disponível isso permite, e dos milhares de fotografias que tenho, actualmente tenho algumas que creio ficariam sem esforço entre as 20 melhores em certos concursos.
Mas uma coisa nunca fiz e não faço, e isso tem a ver com a minha formação e honestidade intelectual, não há cá retoques posteriores seja com que software for. Não tenho nenhum.
É que quer na minha vida, quer na fotografia, não manipulo a realidade que apanho, não manipulo as imagens. Não faço como muitos, nacionais e estrangeiros, que para ganharam prémios se atiram a essas técnicas. Será o mundo contemporâneo. E por isso as sucessivas broncas.
Mas na vida como na fotografia, muitos perdem a memória, manipulam a realidade, mentem, enganam.
Eu tenho memória, recordo por onde passei, o que fui fazendo, lamento algumas parvoíces que não foram graves. A minha coluna, nas vértebras S começa a mostrar umas moínhas. Mas ando direitinho. Tenho coluna vertebral e não cartilagem, como muita cambada que por aí circula.
A fotografia abaixo é tal e qual se vê. Adoro este local. Umas vezes tiro mais à esquerda, outras mais para o outro lado, mais longe ou mais perto. Mas é o que lá se vê.
António Cabral





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