sexta-feira, 20 de março de 2015

Tristes realidades do meu desgraçado País
A minha avó materna era de Portalegre. Já faleceu há anos. A minha mãe está a poucas semanas de completar 90. Vem isto a propósito não da minha família mas de uma conversa que tive ontem à hora de almoço com um amigo, de Portalegre, que há tempos não via. Entre outras coisas perguntei-lhe se tem ido a Portalegre. 
“Sim e não, vou á minha quintinha na serra, e só saio de lá para regressar a Lisboa. Tu não imaginas como está Portalegre”.
A exclamação final e um certo abrir de olhos sugeria-me que haveria coisas novas, desenvolvimento, etc, pois não vou a Portalegre talvez há 10 anos. Mas não. O oposto.
De acordo com o que ele me disse, o casco velho da cidade, a zona mais histórica, está quase deserta de pessoas. Casas e casas sem habitantes. 
Portalegre terá aparentemente cerca de 18000 pessoas, e o respectivo concelho poderá rondar os 26000. Dá para pensar.
Em Portalegre passei várias férias de Verão da minha meninice e juventude, em casa de primos da minha mãe. Tenho muito gratas recordações desses tempos. Portalegre era alegre e viva.
Claro que as coisas não acontecem por acaso. 
Primeiro, para citar um caso concreto, real, um primo da minha mãe agora com 80 anos,  estudou no liceu em Portalegre, mas só até ao então 5º ano, equivalente ao actual 9º ano. O resto do equivalente ao actual ensino secundário, teve que ir acabá-lo em Castelo Branco onde era possível acabar o liceu. Depois rumou a Coimbra onde se formou em medicina.
Segundo, que conversões foram feitas nas fábricas e indústrias em Portalegre? Uma conversão sei que fizeram, foram fechadas, todas. Cortiça, etc.
Terceiro, a seguir ao 25 de Abril, que políticas para restabelecer a saúde do interior do País? O que se tem visto, desde os PM Vasco Gonçalves, Mário Soares, Cavaco Silva, etc.
O resultado? Está bem à vista. Em Portalegre só?
NÃO
Vão por exemplo ao concelho de Idanha-a-Nova. 
Ou partam da A1, pela A23, e ao longo dela toda de vez em quando saiam da auto-estrada, e quer para um ou o outro lado da A23, afastem-se até 30 a 40Km, visitem de passagem localidades.
Gastem uns 3 ou 4 dias de férias, para esta experiência, e vão encontrar as tristes realidades do nosso desgraçado País. Por exemplo: existe um destroço de aldeia que tinha há 3 anos 3 habitantes. Juncal, assim se chama. Mas há mais.
Eu já o fiz, E na A25 idem. E não maço mais com as minhas experiências.
As estatísticas e as realidades faladas pela malamdragem em Lisboa, no Porto ou em Coimbra, estão muito longe do que se vê nos locais.
AC 

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