quarta-feira, 18 de março de 2015

LISTAS
Nesta coisa de listas VIP, começo por uma recordação; um grande amigo meu contava-me anos atrás que alguém no âmbito das coisas de serviço e a propósito de um certo evento lhe referia que estaria presente a pessoa X que era VIP. Pensava ele indicar o significado correcto, Very Important Person. Mas o meu amigo não resistiu à tentação, chamar-lhe à atenção que a tal pessoa mais lhe parecia uma Very Important Potato!!!
É sempre do que me lembro, "POTATOS", quando vejo as criaturas quase todas que nos azucrinam a vida, prenhes de clubite aguda sem nenhum sentido de estado, mas batendo sempre no peito em nome do interesse nacional.
Também disse uma vez ao chefe da minha instituição, que admitia ter cara de parvo, o que não era significado automático de que fosse de facto parvo.

Isto dito, esta "bronca" de hoje que enche de gozo muitos e que para outros é desvalorizada, suscita-me as questões seguintes:
1. numa sociedade democrática, sadia, equilibrada, em que vigore um efectivo estado de direito e a separação real de poderes, haverá sempre pessoas mais instruídas, pessoas que acedem a cargos mais importantes sejam no domínio público seja no privado, pessoas que têm rendimentos mais elevados. Numa sociedade assim, também haverá sempre alguma malandragem, que rouba bancos, que engana, que foge ao fisco, mas a maioria esmagadora não procede assim. E por isso, o estado terá uma máquina judiciária e uma fiscal para em tempo útil equilibrar o que a dada altura possa ser desequilibrado. O indispensável é que os cidadãos, TODOS, tenham as mesmas oportunidades, e sejam TODOS iguais perante a lei. É assim que as coisas se estão a passar no meu desgraçado País?

2. Existe ou não uma lista VIP? Creio que haverá qualquer coisa do género. Sintoma, a meu ver, mais um, de que Portugal está muito longe daquilo que digo no parágrafo anterior. Porquê esta proteção que aparentemente foi erigida? Não sei. Mas posso imaginar que seja por dois motivos. O primeiro, teoricamente para mim sem problemas de maior, o evitar que funcionários da máquina fiscal e tributária invadam processos de alguém sem fundamento de serviço legal. Um segundo motivo para que não vão descobrir os podres de muita gente. Por isso, imagino, terão metido nessa listagem, deputados, autarcas, titulares de órgãos de soberania, dirigentes e ex-dirigentes políticos e por aí fora. Resta saber se os meteram a todos, como por exemplo os senhores que ficaram com a parte boa do BPN e por aí fora.

3. Ao ouvir tão inflamados certos deputados quase gritando acerca deste escândalo, que tudo indica o é de facto, não consigo deixar de pensar que no fundo, o que pretendem, é que na máquina fiscal não exista segurança nenhuma nem controlo e que, por desígnios partidários, seja sempre possível vasculhar o que não é necessário verificar por razões normais. Há sigilo fiscal, e existem muitas outras coisas, mas cada vez mais me convenço que se está a entrar por um - vale tudo. Mas que fique claro, existe muita malandragem por aí, mas não deve ser por via de descontrolo que as coisas devem ser apuradas. O que é lamentável é uma grande ausência de escrutínio.

É isto. E nada mais, .......pintassilgos não são pardais. 
E lá vamos passar mais uma série de dias com o PS a não apresentar coisas concretas para Outubro, com o (des)governo a desdizer-se a todo o momento, o PR a matutar na próxima asneira com que nos vai presentear, os deputados todos inimigos na sala, amigos no restaurante e nos negócios.
É a vida, portugueses. Como saímos disto?
AC

Sem comentários:

Enviar um comentário