terça-feira, 3 de março de 2015

Se calhar é melhor enterrar o passado no passado
A propósito da falta de memória do actual PM quanto ao que devia ter feito no passado e não fez em tempo, relativamente aos pagamentos à segurança social, e também no que se refere a coisas do mesmo género de “meninos" do PS, para não se falar doutros, uma jornalista considerada por muitos como um dos grandes expoentes do jornalismo “economês”, acaba de afirmar num canal de TV - "esta espécie de luta na lama não é boa para ninguém e se calhar é melhor enterrar o passado no passado”.
Não tenho grandes dúvidas que este tipo de lavagem de roupa suja destes meninos todos de todas as cores é lamentável, e nada serve para a construção de uma sociedade decente, equilibrada, e que se deseja caminhe para uma democracia real. Mas o que é certo é que, como muitos sabem há décadas, estamos perante pura malandragem de todos os sectores.
Tenho a maior das dúvidas se o enterrar de tudo não acabará por esconder algum mariola que ainda fez coisas piores. E há por aí vários.
Pessoalmente, se por um lado fico satisfeito por verificar que cada dia que passa mais confirma a justeza de grande parte das minhas indignações há anos publicamente partilhadas quanto ás ditas “elites", aos ditos políticos, aos ditos dirigentes da coisa pública nos mais diferentes sectores, por outro lado mais aflito vou ficando por constatar que a pouca vergonha não acaba.
Porque, contrariamente ao que disse a senhora jornalista, - "ah, a mentalidade agora quanto ás obrigações fiscais é muito diferente da que era há quinze ou dez anos” - a mentalidade dos malfeitores todos, incluindo os que foram perderam a memória de cada vez que recebiam o chequezinho, ou que almoçavam no reservado de certos últimos andares, a mentalidade é a mesma se não for pior. 
O que mudou muito é que os sistemas informáticos começam a apertar mais, quase toda a gente. Mas os escritóriozinhos, as lojinhas, e os deputadozinhos, se encarregam de deixar sempre uns buracoa abertos.
Porque a realidade é, infelizmente, uma só: a malandragem que nos desgoverna, mais a que se encarniça por lhe suceder, foi toda formada nas mesmas alturas, com cores diferentes, mas praticamente todos à mesa do tacho estadual. TODOS. E assistiram com paciência, para chegar a sua vez, o que fizeram e como se governaram os que mais mandaram entre 74 e 90 do século passado. Agora aí estão, e já com as fornadas que se seguirão bem preparadas e posicionadas. 
Desgraçado País, que te arrastas para aí desde 1700.
AC

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