sábado, 25 de abril de 2015

25 Abril 1974. Dia da Liberdade. Dia da Felicidade.
Recordar. Recordações.
Faz hoje 41 anos. 
Eu estava embarcado no Draga-Minas Lajes. O navio tinha saído da Base Naval de Lisboa (BNL) no Alfeite, juntamente com outros, creio que por volta das 0630 horas (já não recordo bem), para formarmos um “comboio” com o objectivo (exercício que estava programado) de guiar a força naval da NATO que estava em Lisboa, até para lá da barra Sul do porto de Lisboa. A história é conhecida, os navios nacionais receberam ordem para regressar, a fragata Gago Coutinho foi para a zona em frente ao cais das colunas, os restantes foram atracar na BNL.
Recordo muita coisa, a escuta das comunicações, a incredulidade em muitas rostos, surpresa em outros, olhares desconfiados da parte de alguns, as movimentações em terra, o que se via junto ao Cristo-rei, etc. 
Guardo para mim.
Faz hoje 41 anos. Sobrevieram, angústias, alegrias, esperanças, desencantos, melhorias de muitas vidas, mas de outras não. A democracia formal ficou, e já é madura.
Com a liberdade, com as liberdades, era inerente nascer a felicidade. Aparecer a flor da felicidade, nascida do canteiro da liberdade e dos deveres de cada um e dos inerentes direitos. Salvo melhor opinião, tem sido pouco regada, pouco adubada.
Temos que cuidar melhor da nossa flor da felicidade.
Faz hoje 40 anos.
Os eleitores registados votaram em massa. Creio que mais de 90%. 
Ficou definida a Assembleia Constituinte.
Olho para os resultados das eleições passadas, todas, nacionais, regionais, legislativas, autárquicas, presidenciais, e que diferenças encontro. Diferenças no aumento brutal da abstenção, nos nulos, nos brancos, no aparente crescente desinteresse e desânimo.
Temos que cuidar melhor da nossa felicidade comum.
António Cabral

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