Os alvoroçados, os excitados, os justos!
Hoje, como de vez em quando me atrevo a fazer, ouvi um bom bocado a telenovela parlamentar, formalmente designada por debate quinzenal.
Nada aprendi.
O actual primeiro-ministro creio que disse umas verdades bem atiradas ao PS, mas fingiu que não disse certas coisas no passado recente. Entre o PM e as restantes posições não vale a pena perder muito tempo.
Quanto ao que se referiu acerca dos hospitais, é engraçadíssimo que para um debate político não se possa trazer à colação noticias passadas nas TV. Só um desvario completo da parte do PM pode justificar, essa sim, uma insanidade mental. Aliás, o secretário de estado da saúde que veio a público falar sobre o assunto, não deve exercer medicina há muitos anos, ou então......pois!!!
Mas antes de voltar à telenovela, os hospitais e o SNS.
Por força do envelhecimento dos meus pais, pai já falecido em 2011, tenho uma perspectiva, diria razoável, acerca de como são atendidos os seres humanos como foi o caso do meu pai, no IPO de Lisboa, no hospital de Cascais (antigo e actual de Alcabideche), e posteriormente no Egas Moniz. Saliento que o meu pai, dada a exorbitância da sua reforma nunca pagou taxas moderadoras. Por maioria de razão, a viúva minha mãe. Portanto, dois anónimos cidadãos, que entram na categoria de "tralha" para as macas das urgências.
Mas a realidade que vivi alguns anos, não é exactamente o que se diz. Mas valha a verdade, por exemplo Sta Maria e o de Setúbal, porque já por lá passei por outras razões, mostrou-me ao longo dos anos casos parecidos com a reportagem televisiva.
Mas o meu ponto é este: por causa das doenças do meu pai, o INEM nunca demorou mais do que (salvo erro) 12 minutos a chegar à residência na Parede, e os funcionários das ambulâncias foram sempre extraordinários. No IPO o meu pai foi sempre tratado com grande carinho e dignidade. Nos outros hospitais nunca esperou demasiado tempo, uma vez apenas, no de Alcabideche, estive seis horas sem ser informado da situação dele. No Egas Moniz foi operado, muito bem tratado, mas já pouco havia a fazer.
E de tudo isto, sem pagar um tostão. Pergunto-me e pergunto a todos: isto tudo custa ou não muito dinheiro? E cada vez mais! E quando existem concursos que ficam por preencher, a culpa é deste ministro e do anterior, APENAS? Milagres?
Bom, voltando à telenovela desta manhã.
TAP, segurança social, etc, e acrescento, as cronicamente deficitárias empresas públicas, tudo isto deu, dá, e vai continuar a dar prejuízos. Mas quando se diz que há ali em cada um dos sectores um problema, aparecem logo os exaltados do costume. Mas há ou não há um problema? De dinheirinho? Além, naturalmente, das más gestões, do amiguismo, do nepotismo, da roubalheira. E do financiamento aos partidos. E da colocação dos boys de todos os partidos. E dos SWAPS, e das engenharias financeiras. E das regras que eram e agora são outras. E da manipulação.
Mas é evidente que existem estes problemas que se arrastam, penosamente, à custa de todos os contribuintes que pagam os impostos..
Como se resolvem? Quando se resolvem?
Naturalmente, creio, que não é com as cassetes folclóricas do costume, nem com a pouca vergonha em que este governo se está a esmerar.
Mas quando se pergunta aos sábios que estão a trabalhar ou que trabalharam 4 meses e em vez de denunciar logo as pouca vergonhas que estavam em preparação sábios continuam, como fazer para repor salários, pensões, etc e que reflexos na manutenção ou não da carga fiscal, uma das respostas sábias é.......as opções têm de ser avaliadas “em conjunto” e que um “um orçamento tem milhares de opções, pequenas e grandes”.
E o mais sábio de todos, deixa ouvir sempre - não contem comigo.
POIS! estivemos pior, estamos mal, e futuramente vejo nuvens muito escuras.
A minha desgraça, de cidadão, de reformado, é que continuo a não encontrar a cegonha para lhe pedir contas por me ter estatelado aqui. Porque aqui, não conto com este governo, os anteriores foi o que se viu, e o futuro não augura nada de bom. Conto que tenha ainda mais algum tempo com saúde adequada à idade. Será o meu euromilhões.
AC
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