domingo, 5 de novembro de 2017

COISAS  CONTEMPORÂNEAS (3)
Toca a recordar uma coisa contemporânea, e curiosa, e do princípio deste ano.
Mas começo mais uma vez pela tragédia de meio deste Outubro que colocou ainda mais a nu a desgraça nacional no que respeita, a não existir ordenamento do território, floresta e matas muito ao abandono, muitos matos, muitos baldios. Muito desconhecimento sobre quem é proprietário do quê. Muita incompetência, muito nepotismo, muito amiguismo, muita desfaçatez, muita provável corrupção e clientelismo.
Ouvem-se emoções, comoções, o governo reuniu naquele Sábado e sacou de um rol de medidas, e o PR veio inevitavelmente dizer que vão no bom sentido, mas agora aparecem rumores de que desconfia cada vez mais. E ouvem-se críticas violentas aos eucaliptos. Outros os defendem, outros apresentam discursos e soluções que parecem consistentes e ligados à terra, ao mundo rural, ao que é urgente de facto inverter.

A terminar esta espécie de introdução recordo ainda que, por exemplo (são só 3), seja sobre este tipo de tragédia, ou seja sobre a banca, ou seja sobre a sempre eterna indefinição do que devia o País ter quanto a Forças Armadas, aparecem sempre uns "santos" a dizer que não é hora de prender, apontar culpados do passado, bodes expiatórios, etc, mas sim olhar em frente.
Direi apenas, é já muito tarde continuar a não ter um desígnio para o País, é trágico que tenham sido destruídas vidas humanas e é urgente, portanto, tentar que este governo (porque é o que está em funções, aqui, hoje,  não posso ir chamar um anterior para governar) tome juízo e faça o que um governo deve fazer, servir a sociedade. 
SERVIR e não, SERVIR-SE
Mas esta coisa nacional de nunca se tratar como devem ser tratados os culpados pelas desgraças, roubalheiras e pouca-vergonhas, dá que uns bandidos se continuem a rir na nossa cara, e os bens deles nunca os perdem. Vão para o Panamá, o Luxemburgo do Juncker, Malta, etc. Ou acreditam que eles não têm lá fora o essencial do que foram tirando de cá? Lembram-se do pantomineiro que vive na miséria porque só tem uma velha mota de água?

A coisa contemporânea do princípio do ano é o anúncio da disponibilização de uns quantos milhões de euros para melhorar a produtividade do eucalipto. O PM António Costa que tem sempre na ponta da língua aquela chapa - é absolutamente essencial - esteve meses atrás na Figueira da Foz.
As celuloses, que parecia na altura prepararem-se para investir forte, iriam ter 18 milhões disponibilizados para investimentos que gerassem a melhoria da produtividade do eucalipto.
Também apontou o PM o caminho para uma melhor gestão, melhor ordenamento, melhores condições para exploração de terrenos.

Com isto tudo que se tem passado agora, como será a história desses 18 milhões? Será que no frenesim daquele conselho de ministros especial num Sábado, os pés estariam assentes no chão, as emoções dominadas, o pensamento a sério virado para com muita urgência criar todas as condições para todas as autarquias poderem passar a iniciar o cadastro que nunca fizeram? E olharem à recuperação urgente das debilitadas economias que existiam na parte do País agora devastada?
Quantos milhares de ovelhas e cabras morreram? Como se repõe?
E pastores? Fico por aqui, a lista é infindável. Isto é trágico e o OE actual neste momento vale pouco mais que ZERO. 
Aprovado na generalidade. Aguardemos a especialidade.

De acordo com alguns, devo estar a exagerar, estava quase tudo certamente em ordem neste País e,  concretamente no mundo rural. Mundo por onde tenho andado mais intensamente de 2007 para cá.
Boa noite e boa sorte, como se dizia num certo tempo
Aguardemos o que será a concretização de tudo o que foi pomposamente anunciado. Mas estou muito desconfiado. 
E não é por o dinossauro da liga dos bombeiros se mostrar já desagradado, o que se esperava, dados os antecedentes.
António Cabral

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