Passados estes meses, quase cinco, passado este tempo sobre, o que disseram, aquilo em que se contradisseram, certas inqualificáveis declarações, certas palavras serem sagradas, murros no estômago, ódiozinhos entre departamentos do Estado, audições várias na AR, relatórios que seriam produzidos, apuramento de responsabilidades, material de guerra devolvido para uma mata incluindo umas "caixinhas inofensivas parece que pequeninos explosivos" de que desconheciam a existência ou seja não estavam inventariadas e isto depois de denúncia anónima ao que parece para GNR de Loulé, insistências por parte da AR, o PM a lembrar “à justiça o que é da justiça" e outras “boutades” do género, e o PR a exigir o apuramento de tudo mas tudo mesmo com muitas dores, o que é que eu tenho presente?
Concluo que:
> O “furto” (??) terá ocorrido a 28 de Junho passado, e só passadas mais de 24 horas começaram a reagir certos departamentos do Estado, departamentos pomposamente estabelecidos em lei, mas que, na maioria dos casos mais não são que sacos de vento, inócuos, uns faz-de-conta; exactamente por serem isso, alguns souberam da coisa pelos OCS, nem tiveram direito a serem formalmente informados; mas ninguém se insurge, ou se demite; ora essa, "ATÃO" e o carrinho de serviço, e o cartãozinho, e as despesas de representação, e o integrar a lista dos habituais convidados para as recepções nas embaixadas?
> Depois de 28 de Junho, muitos foram para os jornais, muitos foram à AR, muitas visitas a Tancos, várias encenações em frente das câmaras de TV; algumas, bem infelizes;
> Finalmente, o Exército entregou à comissão parlamentar de defesa (CPD) alguma documentação, classificada e, parece, nunca virá a público; nem se dão ao trabalho de identificar os títulos de cada documento, o que é esclarecedor sobre a transparência e verticalidade desta gentinha toda;
> o comandante do Exército foi de novo ouvido na AR; o inenarrável presidente da CPD parece estar muito satisfeito com o que ouviu, ao ponto de dizer que foi muito esclarecedora a audição, e que houve muita transparência (só dá vontade de rir), e que a documentação recebida respeita ás averiguações internas no Exército;
> ainda assim, este “presidente” deixou cair que não deve haver hesitações quanto à investigação, ao debate e procura de soluções para que não volte a acontecer (POIS!!!), e recusou-se a antecipar se a Comissão da Defesa poderá vir a revelar as conclusões da investigação em curso. Garantiu ainda que a comissão vai continuar a querer ver tudo esclarecido, como insistentemente tem pedido o Presidente da República (só dá vontade de rir);
> continua a nada se saber sobre o que falhou; a óbvia conclusão de qualquer pacóvio é - vão continuar a esconder os erros e poucas vergonhas;
> para lá de outras vertentes, também designadamente quanto a transparência, este processo todo incluindo os seus protagonistas, é mais um eloquente exemplo daquilo em que Portugal se transformou.
> Depois de 28 de Junho, muitos foram para os jornais, muitos foram à AR, muitas visitas a Tancos, várias encenações em frente das câmaras de TV; algumas, bem infelizes;
> Finalmente, o Exército entregou à comissão parlamentar de defesa (CPD) alguma documentação, classificada e, parece, nunca virá a público; nem se dão ao trabalho de identificar os títulos de cada documento, o que é esclarecedor sobre a transparência e verticalidade desta gentinha toda;
> o comandante do Exército foi de novo ouvido na AR; o inenarrável presidente da CPD parece estar muito satisfeito com o que ouviu, ao ponto de dizer que foi muito esclarecedora a audição, e que houve muita transparência (só dá vontade de rir), e que a documentação recebida respeita ás averiguações internas no Exército;
> ainda assim, este “presidente” deixou cair que não deve haver hesitações quanto à investigação, ao debate e procura de soluções para que não volte a acontecer (POIS!!!), e recusou-se a antecipar se a Comissão da Defesa poderá vir a revelar as conclusões da investigação em curso. Garantiu ainda que a comissão vai continuar a querer ver tudo esclarecido, como insistentemente tem pedido o Presidente da República (só dá vontade de rir);
> continua a nada se saber sobre o que falhou; a óbvia conclusão de qualquer pacóvio é - vão continuar a esconder os erros e poucas vergonhas;
> para lá de outras vertentes, também designadamente quanto a transparência, este processo todo incluindo os seus protagonistas, é mais um eloquente exemplo daquilo em que Portugal se transformou.
Para terminar, vou ficar à espera das reações do PR/ Comandante Supremo das FA. O tal que tem memória de elefante, que exige o apuramento de tudo até ás últimas consequências, doa a quem doer.
Pessoalmente estou convicto de que vai continuar a fazer sorriso amarelo, a dizer laconicamente que aguarda os resultados das investigações do MP, PJ, PJM, e que o PM, o MDN e o CEME já o informaram sobre o apuramento das averiguações internas no Exército e não há mais nada a dizer sobre isto.
Veremos se quer o PR quer outras elites não vão continuar com esta célebre postura que tão bons resultados tem trazido a Portugal.
Serei só eu que sinto cada vez mais vergonha?
Repito, sou só eu?
Pelos silêncios habituais presumo que não sou só eu.
Corro o risco de estar enganado?
António Cabral
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