terça-feira, 12 de março de 2019

OS HOMENS, AS PALAVRAS, AS COISAS
(recupero um belíssimo texto, tem anos, mas cada vez mais actual).
" Entre os homens e as coisas estão as palavras. Quem usa as palavras supondo que são as coisas,  ou os homens, ilude-se. Mas também ilude (e quer decididamente iludir) os outros, levando as multidões a acreditar que entre as palavras e as coisas não há um complexo, difícil, muitas vezes duro, e sempre necessariamente persistente, caminho a percorrer. As palavras são importantes para explicar as coisas aos homens. Se não forem as mesmas as palavras que motivam os homens para irem até ás coisas e as palavras que explicam as coisas aos homens, a crise é inevitável. Ficam os manipuladores das imagens, as organizações secretas, as clientelas, os irmãos. Na democracia Portuguesa há muito que as palavras não correspondem ás coisas.
AC

Nota: este texto está cada vez mais actual. 
Repesquei-o por variadas razões.
Porque gosto dele.
Porque retrata, a meu ver naturalmente, a crescente podridão nacional.
Porque me parece cada vez mais importante chamar à atenção para as falsidades, para a ausência de rigor, para os desavergonhados como Marques Mendes e outros e outras das esquerdas, que dizem coisas numa dada altura e o seu exacto contrário tempos depois, como se pode verificar, por exemplo, nos comentários de MM a propósito do BES e agora Novo Banco.
Porque me parece importante chamar à atenção para a mitomania, qualquer que seja a cor, para os megalómanos, para os de ambição desmedida sem olhar a meios e muitas das vezes à lei.
Porque me parece importantíssimo chamar à atenção para esta coisa, em que os donos de várias coisas ficam irados se os contrariam com factos, pelo que tentam depois arrasar tudo e todos; só não chegam ao assassinato físico, por enquanto.

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