quarta-feira, 12 de agosto de 2020

A FESTA do AVANTE
Como em tudo o mais, também quanto a esta festa anual as opiniões são variadas, diferentes, mas todas devem ser respeitadas.
Concorde-se, ou discorde-se.
No meu caso, discordo da esmagadora maioria.
Nunca votei no PCP e duvido que alguma vez o venha a fazer. Discordo liminarmente de muitas coisas e posições do PCP, e de tudo o mais à sua esquerda. 
Isto dito, parece que é um facto que as receitas anualmente obtidas na festa do Avante são uma das maiores fontes financeiras do partido. Por esta razão, compreende-se bem que o PCP tudo faça para levar avante a realização do evento mesmo em modo COVID.

Outro facto para mim evidente, certos meninos e meninas das juventudes direitistas e mesmo das franjas nazis (porque as há), se pudessem nunca haveria festas e comícios nem do PCP, nem BE nem PS etc.
Para não ser muito ordinário, uns tolinhos. Alguém que lhes explique o que é democracia, e lhes leia a CRP.
Outro facto bem identificado, e até em certos blogues, a irritação contra certas pessoas como Marques Mendes (discordo da maioria dos seus bitaites), por claramente dizerem que a decisão de se autorizar a dita festa é inacreditável.
É mais uma das muitas opiniões sobre o tema, que deve ser respeitada, mas a esquerdalhada só aceita divergências com matizes de esquerda.
Neste caso como em muitos outros, muito irritantes para esquerdalhada ou muito irritantes para direitalha, chovem as patéticas petições e só falta avançarem com impugnações junto de tribunais.

Enfim, do meu modesto ponto de vista, tudo um nojo.
Digo-o porque, para mim, são claros os seguintes aspectos:
> Marcelo e Costa têm sempre as pernitas a tremer sempre que alguma coisa possa ser considerada uma afronta ao PCP e, portanto, fazem tudo para agradar ao tio Jerónimo, até porque as eleições se aproximam.
> Parece-me que a ministra Temido está a ensaiar alguma limitação do nº de pessoas no recinto da festa. Compreensível.
> Nisto tudo à volta da festa há, obviamente, o aproveitar da coisa para frenesim e histeria política, as mais das vezes patético, incongruente, lastimável, e sempre com os contorcionistas do costume a dançarem mal, incluindo Marcelo e Costa.
> Para mim, quer o passado 1º de Maio (lembro as posteriores e patéticas declarações de aparente surpresa de Marcelo) quer agora a festa do Avante, não têm de ser apreciadas por razões políticas.
Tudo na época pandémica que vivemos deve ser apreciado pelo interesse público no plano da saúde.
> E é aqui que a porca torce o rabo, para mim, naturalmente. São lastimáveis as constantes e contraditórias orientações da DGS, e certas restrições e proibições.
A incompreensível discrepância de critérios é para mim o cerne da questão. 
Discrepância de critérios, para a festa do Avante, para o 1º de Maio, para as festinhas no Campo Pequeno com os amigos dos titulares de orgãos de soberania, para os espaços públicos, para os transportes, para as touradas, para os bares e discotecas, para salas de espectáculos, para todo o funcionamento da vida em sociedade.

A gritaria de certos meninos ditos de direita não passa de estúpida, e,  os esquerdalhos que a este propósito lembram os cortes na saúde (de há muito, mas também muito feitos pelas geringonças), não passam igualmente de gente com gritaria estúpida.

Todos andam a fingir ser civilizados e andam a desopilar.
Tome-se juízo, e determinem-se critérios coerentes e claros para todas as actividades em sociedade, tendo sempre presente o interesse público, no plano da saúde.

Porque não se pode realizar a festa do Avante?  
E as peregrinações no Norte? 
E as feiras tradicionais? 
REGRAS COERENTES, claras, para tudo, caramba!
Era importante tomarem definitivamente juízo, em Belém, e em SBento, e determinarem ao ministério da saúde que tome juízo.
E trabalhe como deve ser.
António Cabral (AC)

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