terça-feira, 18 de agosto de 2020

A PROPÓSITO de INSENSIBILIDADE
Acusam a ministra Ana Godinho, acusam-na de insensibilidade. 
Ao fim de três dias Costa defende-a publicamente e cerra fileiras.
Vários acusadores, desde aqueles ditos de referência (???) a Komentadeiras de Domingo ou artigos longos cheios de certezas, a políticos, políticos que, na esmagadora maioria dos que têm aberto a boca, deviam era estar calados. Responsabilidadezinhas.........
Pelo que fui vendo/ lendo e olhando ao passado recente quanto a lares, e presente a minha experiência com lares desde há 13 anos e particularmente nos últimos 3, creio que haverá da parte da senhora uma certa dose de soberba, alguma de insensibilidade, e outra de grande ignorância.
Perante os ataques à ministra, logo conhecidos defensores dos rosáceos se atiram pateticamente em defesa da dama, e dizem que ela foi é franca. Estou com curiosidade para ver se vem a terreiro um dos mais conhecidos avençados e turbo administrador.

As pessoas decentes, civilizadas, e razoavelmente cultas e atentas à sociedade, sabem perfeitamente que os dirigentes políticos, os titulares de orgãos de soberania, os chefes militares, os grandes empresários, dirigentes em geral, por regra não lêem de fio a pavio relatórios densos, actas longas, leis publicadas em DR, etc. etc.
A norma geral é, lerem extractos de toda a documentação diversa remetida para si directamente ou ao seu gabinete, como não lêem jornais de ponta a ponta mas apenas as súmulas organizadas pelos assessores. E não deve ser de outra forma. Naturalmente, quando as circunstâncias assim aconselhem, os que estão no topo de uma dada hierarquia devem estar muito atentos, ainda mais atentos aquilo que lhes possa respeitar. Manda a competência, o servir e não servir-se.


Como cidadão comum tenho a convicção de que a senhora não vale grande coisa. Para mim, ao dizer que não leu o relatório dá-me o legítimo direito de considerar que, ou não lhe prepararam nada de especial e rigoroso sobre o assunto, ou pura e simplesmente ela nem quis saber da coisa.
Mas Costa diz que ela fez tudo direitinho.
E talvez tenha feito, mas vindo de um dos maiores aldrabões políticos em Portugal reservo-me o direito de colocar um pé atrás. Achei até curioso o sr dizer que os lares não são do Estado. Digo curioso para não ser ordinário.

Se nesta coisa dos lares há vários aspectos a considerar? Claro que sim.
> Chicana política.
> Incompetências várias, que não só do âmbito governamental.
> Cumplicidades várias, lastimáveis, como de costume neste desgraçado País.
> Irritações contra certos Lares? Provavelmente
> Os lares não são do Estado diz grosseiramente o senhor. E responsabilidades pelo que se passa no País?
Ou, por exemplo, lá porque são privadas, instituições e empresas privadas podem fazer tudo o que lhes der na real gana?

Quando se dizem coisas acerca das inspeções (no caso dos lares que é o tema, mas aplica-se o que digo a tudo) na esmagadora maioria dos casos fica-me sempre a sensação de que tentam ludibriar.
Uns a dizer que devem ser feitas muitas mais inspeções.
Outros a dizer que já fizeram imensas.
Mas em regra, quem está no poder argumenta sempre esquecendo ou disfarçando que há poucos para inspecionar. E não aumentam os quadros das instituições diversas que devem inspecionar na sociedade.
E nesta coisa dos lares, quem está por dentro do assunto sabe que este mundo e a questão dos apoios em fim de vida está muito longe de estar como devia. Desde os lares caríssimos, aos mais que irregulares e ilegais.

Insensibilidade da senhora? Também, mas nisto como em quase tudo, há muito mais a considerar. 
E também é acessório e não prioritário além de uma soberba enorme dizer-se que tenho é que trabalhar, e dançar a música de acordo com a pauta definida.
Desgraçado Portugal com gente desta, de um lado e de outro.
AC

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