quarta-feira, 23 de setembro de 2020

PATRIMÓNIO
Edificado, reconstruído, em ruínas, abandonado

Antes de mais, não tenho formação nesta área. 
Não sou historiador, arqueólogo, conservador, investigador, etc.
Mas, como cidadão, há décadas que olho e fotografo, castelos, igrejas, solares, pórticos, edifícios marcantes de certas épocas, pousadas, campanários, sanatórios, moinhos, moinhos de marés, lojas, quartéis, escolas e liceus (como se designavam antigamente), museus, hospitais, pontes, palácios, estátuas, postos antigos da GNR e Brigada Fiscal, pelourinhos, arqueologia industrial, conventos, ermidas, capelas, monumentos, torres, câmaras municipais, etc. etc. etc. etc.
Sobretudo na parte Continental do nosso País.

Como confessei aqui no blogue muitas vezes, as minhas andanças ficam bem marcadas nos carros. O actual (4 anos e pouco), caminha rapidamente para os 150 mil Km. Os dois anteriores passaram os 250 mil um e os 310 mil o outro!!!! 
E máquinas fotográficas
Do presente para trás, Nikon D-90, Nikon F 801 S, Fuji S 5000, Yashica FR I, Canon Canonet 17, Canon Canonet 19.

Creio que se pode dizer que há património muito bem conservado, património que tem sido bem recuperado, património em mau estado de conservação, e património em ruínas, abandonado, esquecido.
E o que é o património?
Património é propriedade nas suas mais diferentes formas.
É herança do nosso passado comum. É testemunho de tempos passados.

Mais formalmente, é constituído por todos os bens que, sendo testemunhos com valor de civilização ou de cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização. PROTEÇÃO e VALORIZAÇÃO.
A nossa língua é um elemento essencial do património cultural português.
E, depois, como explicado em lei, o interesse cultural relevante, designadamente histórico, paleontológico, arqueológico, arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social, industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural reflectirá valores da nossa memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade ou exemplaridade.
E temos os bens imateriais que constituam parcelas estruturantes da identidade e da memória colectiva portuguesas.
Integram o património cultural todo o conjunto de bens materiais e imateriais de interesse cultural relevante.

Temos portanto património imóvel, móvel e imaterial e neste incluído muito da nossa cultura popular. Ao falar de património temos de considerar até itinerários especiais, temos de considerar interesses históricos, ambientais e patrimoniais. Até arquivos. Em suma, no nosso património diverso temos autênticos tesouros nacionais.

Não tendo formação na área, mas como cidadão há muito interessado no nosso passado, e insurgindo-me cada vez mais contra a péssima preparação do nosso futuro por parte das elites dirigentes nacionais regionais e autárquicas, do que conheço tenho a convicção de que se anda já há alguns anos a proceder a recuperação de muito património imóvel, e no plano do património imaterial se tem igualmente progredido.

 Mas que proteção e valorização é dada por muitos autarcas, por exemplo, em relação a edifícios que nas cidades e vilas e aldeias marcaram determinadas épocas da nossa história colectiva?

Porque tem tanta gente o entendimento (para mim errado) de que tem de ser o poder central a tratar de tudo?

Tal como se tem verificado que em certos concelhos alguns autarcas desconhecem quantos lares existem no território sobre o qual têm jurisdição, não existem concelhos em que certo património está desgraçado há décadas nas barbas dos autarcas?
E não me refiro apenas a edifícios públicos.

Como digo acima, creio que bastante se vem fazendo nos últimos anos.
Mas subsistem muitas mazelas e, pessoalmente, se vejo zonas do país com inequívocos sinais de PROTEÇÃO e VALORIZAÇÃO com restauro e recuperação de património, continuo com dúvidas quanto às políticas desta área. 

Só num país a dar pouco valor à sua história, ao seu passado, independentemente de algum desse passado poder ser discutível aos nosso olhos de hoje, é que se pode compreender como se deixou degradar tanta coisa.

Para não maçar os meus leitores fico-me por agora nos castelos, numa comparação entre castelos. 
Sabugal, Lisboa, Bragança, Belver, Penedono, Alandroal, estão em condições decentes. 
Mas Noudar, Moura, Mourão, Montemor-o-Novo, Juromenha, Alfaiates, Idanha-a-Velha?

Apesar do muito que já está feito, só num país como acima caracterizo é que é possível nos dias de hoje não haver inventário final/ completo, em todas as cidades vilas e aldeias de, todos os castelos, torres, pontes, edifícios públicos, imóveis de todos os tipos da administração central e regional, sítios arqueológicos, itinerários e circuitos turísticos, monumentos, sítios, estátuas, igrejas, capelas, santuários, conventos, edifícios marcantes de certas épocas, pousadas, campanários, sanatórios, moinhos, moinhos de marés, quartéis, escolas e liceus, museus, hospitais, palácios, postos antigos da GNR e Brigada Fiscal, pelourinhos, arqueologia industrial.
Há muito já feito mas..........

Quando olho para certos municípios verifico que avançam para zonas de novas edificações e os cascos velhos das localidades estão muitas vezes ao abandono, quando se podia pressionar e ao mesmo tempo ajudar nas recuperações. Claro que quando tudo está em ruína ao fim de 30 a 40 anos........é complicado, e os proprietários..........ou não têm capacidade para recuperações ou esperam que o município deixe construir torres de andares!
Mas há sempre uns cromos que pintam ruas ou que julgam que dinamizam artérias a morrer lentamente por fechar o comercio e pastelarias colocando lonas coloridas de prédio a prédio! 

Fico por aqui.
Continuarei a publicar fotografias várias muito também sobre património edificado ou em ruína.
António Cabral (AC)

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