quarta-feira, 30 de setembro de 2020

DIRECTIVA do MDNacional

(retirado da TSF online, suponho que não é "fake news")

Comunicação inclusiva." Governo quer militares a usar linguagem não discriminatória

Diretiva enviada ao Estado-Maior-General das Forças Armadas e aos três ramos militares prevê que política de comunicação seja "inclusiva em todos os documentos oficiais". Regras aplicam-se não só à escrita, mas também à oralidade e à imagem.

© Maria João Gala/Global Imagens
PorFilipe Santa-Bárbara
29 Setembro, 2020 • 06:45

Em vez de escrever "o coordenador", deverá utilizar-se "a coordenação", em vez de "os participantes", "quem participa", ou até o "sejam bem-vindos" deve ser trocado por "boas vindas a todas as pessoas". Estes são apenas três exemplos que constam da diretiva enviada pelo Ministério da Defesa Nacional ao Estado-Maior-General das Forças Armadas e aos três ramos militares.

No documento a que a TSF teve acesso e que é datado de 18 de setembro, o Ministério nota que "na língua portuguesa é comum o recurso à utilização do género masculino para designar as pessoas de ambos os sexos, o que gera indefinições quanto às pessoas, homens e mulheres a que se refere, e torna as mulheres praticamente invisíveis na linguagem".

Por isso, tendo em conta recomendações internacionais (e também nacionais) e para fazer cumprir o plano setorial da Defesa Nacional para a Igualdade 2019-2021, é agora produzida esta diretiva para que a linguagem seja o mais inclusiva e não discriminatória possível.

No plano com 16 páginas, lê-se que o objetivo é "salientar a importância para a utilização de linguagem sensível ao género, dar a conhecer exemplos práticos que previnam a utilização de linguagem discriminatória e contribuir para a eliminação dos estereótipos existentes".

As orientações destinam-se a todos os documentos oficiais, nomeadamente, "decisões de dirigentes e chefes militares e respetivas comunicações internas e externas, incluindo ofícios; informações, pareceres, memorandos e outros documentos de suporte à decisão; instrumentos de gestão; documentos relativos ao recrutamento e à gestão de pessoal; apresentações institucionais e materiais usados em sessões de formação e apresentação; e ainda na comunicação e relações públicas" que engloba entre outras coisas, guiões para cerimónias públicas, convites ou a comunicação nas redes sociais.
Das palavras às fotografias: como tornar a comunicação mais inclusiva

No capítulo da comunicação escrita, a diretiva do governo recomenda que se utilizem as estratégias da "neutralização ou abstração" e da "especificação". Ou seja, no primeiro caso a ideia passa por substituir palavras e expressões por termos neutros: preferir, por exemplo, "data de nascimento" a "nascido em" ou "a classe política" em substituição de "os políticos".

Mas os exemplos seguem com a substituição de nomes por pronomes invariáveis ou outras soluções alternativas. Vamos aos exemplos: em vez de "não recrutará um candidato que..." deverá utilizar-se "não recrutará alguém que..." ou até um "obrigado pela sua colaboração" pode ser substituído por "agradecemos a sua colaboração".

Já a "especificação" é apontada como a "solução a evitar sempre que é adequado recorrer à neutralização ou abstração, uma vez que tem o inconveniente de tornar os textos mais longos e menos elegantes". Ainda assim, a diretiva esclarece que, "num texto inclusivo, nem sempre é possível" evitá-la.

Ora, a especificação do género deve ser privilegiada nomeadamente nos textos relativos a recrutamento de pessoal, formulários administrativos ou alocuções em textos em que o orador pretende vincar que se dirige a homens e mulheres.

Aqui devem ser utilizadas ou as formas duplas ("Estas instalações destinam-se a alunos e alunas..."), a menção "m/f" ou o uso de barras ("O/A") e nunca os parênteses porque, nota o documento, "estes indicam a introdução no texto de um elemento secundário, o que seria contrário ao objetivo de respeitar a igualdade de género".

Também na comunicação visual, as Forças Armadas devem ter em atenção a escolha de imagens que reflitam a diversidade, por exemplo, uma fotografia onde se possam ver mulheres e homens a trabalhar em conjunto.

Mais: imagens que "mostrem pessoas de géneros diferentes em papéis de igual valor", que tenham "homens e mulheres em atividades relevantes", que valorizem a "presença do sexo sub-representado" ou onde seja valorizado que a "instituição não tem preconceitos de género" que, no caso, é ilustrado com uma fotografia de um homem e de uma criança e descrita como "em funções de cuidados familiares".

Sem estipular datas para começar a ter em atenção à linguagem, a diretiva do Ministério da Defesa apenas sublinha que o documento deve ser "divulgado por todas as pessoas da organização". Ou seja, pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas e respetivos ramos.


Ps: enquanto tratava deste muito importante assunto, Cravinho Jr tem na área em que formalmente superintende, repito, formalmente, porque na prática só se descobrem desastres daquele dito ministério, e coisas patéticas, tem dizia eu uma desastrosa situação no Arsenal do Alfeite, tem uma crescente inoperacionalidade da esquadra nacional bastando apenas ir ao AA e ver o que lá está. E enquanto se entretém com coisas importantíssimas como esta, e produz directivas que farão rir qualquer pessoa normal, não liga ao problema das cativações do passado e presente e se calhar futuro, não liga ao facto de muito poucos acorreram /candidatarem-se ás FA etc.

António Cabral (AC)

Adenda: valerá a pena perder muito tempo com gente desta?
Esta peça ao que parece com 16 páginas retrata bem a categoria de certas cabeças pensadoras. Como sempre, admito estar errado e respeito opiniões de outrem mesmo que delas discordando.
Mas, com esta "peça" administrativa, o que vai na cabeça de Cravinho jr ?
Coloca-se a questão ridícula de dizer meio encapotadamente às chefias militares que na instituição militar o uso da língua mãe é um descalabro?
É que mesmo dando de barato que a criatura aplauda freneticamente o AO90 oficialmente em vigor, será que se apercebe que mesmo ao abrigo desse acordo ortográfico que formalmente é oficial e está aprovado há palavras e directivas que ali talvez não se encaixem como ele determina? Claro que posso estar enganado.
Mas acima de tudo, o que é mais confrangedor é o que fica indiciado quanto ás prioridades desta criatura que colocaram no 7º andar do edifício ao Restelo.
Vamos admitir que esta directiva se impunha.
Mas, a criatura já fez contas a quantos e quantas já dormiram em quartéis para ver se gostavam da vida militar?
Era importante saber os resultados desta outra extraordinária decisão do jr.
Já estará em condições de, por outro lado, informar o povo português, como está o processo relativo a outra das suas muito importantes decisões, a das creches dentro das unidades militares?

Muito há para escalpelizar sobre esta maravilhosa directiva, e recuperar as sucessivas barbaridades do senhor.

Mas, obviamente, não se deu certamente conta do inevitável aumento de despesa inerente à sua decisão. Eu explico.

Todos sabemos e nem era preciso Tancos para se ter a certeza de que aquela coisa que dá pelo nome de inventários de material ou seja, uma catalogação de existências de material o mais diverso (munições, armas, fardas, punhais, camas, granadas, etc.) distribuído por unidades militares em paióis e arrecadações, é coisa pouco de fiar.

Mas agora, está aí armado um grande 31 por causa desta directiva.
A instituição militar tem que passar a pente fino todos os inventários de material e tem de voltar a catalogar parte dele.
Eu explico.
As botas, terão que ser substituídas por algumas botas novas para as mulheres em serviço nas FA e uma série de botos para os homens.
As boinas terão de ser atribuídas ao sexo feminino e umas quantas substituídas por boinos para os militares do sexo masculino.
Impressos e formulários terão de ser substituídos, pois passará a haver recrutas e recrutos!
No caso do armamento, embora provavelmente o caminho seja de a curto prazo virmos a ver determinada a existência de umas forças armadas completamente desarmadas, terão de fazer encomendas para pistolos pois as pistolas serão para as mulheres.
Enfim, um sem número de problemas que esta directiva implica.
E não julguem que isto é simples de resolver, e dou apenas mais um exemplo sobre as complicações.
Os cartuchos não podem ter o equivalente feminino - cartuchas - pois imediatamente seria visto como requisição de imensas garrafas de um muito conhecido e esplêndido vinho.
E isto tudo, enquanto não sai a próxima directiva para desarmar as FA, e depois criar mais creches e salas de fumo e salas para recrutos e recrutas LGBT.
AC

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