sexta-feira, 25 de setembro de 2020

 Do   Verbo   QUERER

 Esta coisa dos verbos é tramada. Desde logo porque o "verbo" é uma palavra variável que indica o que acontece em relação ao tempo ou seja, a acção desempenhada pelo sujeito ou o estado em que ele se encontra.

Depois, em português há três conjugações. 

Ainda por cima, o verbo pode variar de número (singular, plural), de pessoa (1ª, 2ª, 3ª), de modo (indicativo, conjuntivo, imperativo, condicional, flexionado ou infinito pessoal, gerúndio), de aspecto e até de voz (activa, passiva, reflexa). E temos os tempos (presente, pretérito e futuro). 

Muito complicado, muito complicado, muito complicado.

Voltando concretamente ao verbo "Querer", tenho a impressão que tudo se complica ainda mais.

Porquê?

Desde logo porque, além de querer, anuncia que quer.

Os que o ouvem, uns querem aplaudir mas não podem. Outros querem rosnar mas não lhes convém por agora.

Talvez mais um "eu quererei", ou "quereremos nós a sério"?

Depois, tendo querido, e já claramente anunciado querer, como vão ficar as coisas daqui para a frente? E o outro que anunciou há muito tempo querer também e agora está um pouco entalado?

Pessoalmente eu quero que toda esta pouca vergonha, esta constante desfaçatez, esta descarada ausência de vergonha na cara, acabe.

Mas, tal como queria ter um Iate e um Porsche e não tenho, palpita-me que certos anúncios de vontades e desejos vão ficar muito por satisfazer. E isto pode complicar-se.

AC

Sem comentários:

Enviar um comentário