quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Portugal, país onde se derrete dinheiro

Portugal quase de certeza que é o país onde se derrete mais o dinheiro dos contribuintes e das formas mais escandalosas.

Vejam este exemplo, em que só me interessa a tutela e o programa. 

Nesta caso é do município de Alcochete e respeita, creio eu, à recuperação de uma igreja que estava de facto em mau estado; há uma outra, ainda mais degradada, também a ser intervencionada.

Não contesto a necessidade desta intervenção. De forma nenhuma. Estou apenas a usar a fotografia deste "placard" pois neste momento não tenho outras fotografias do mesmo tipo de intervenções por esse país fora, sob o mesmo programa "Valorizar".


Por inúmeras partes do País estão chapas como esta. 

Por exemplo na aldeia de Monsanto. De que fotografei apenas obras, esqueci-me do "placard".

Aldeia que tem inúmeros declives e designadamente as centenas de metros na subida para o castelo. Mas não só, há outras ruas muito inclinadas.

E estou a falar nisto a propósito da aldeia de Monsanto onde, do pouco que se consegue saber, pois não há transparência nenhuma nestes processos a tal ponto que há bem poucos dias a própria junta de freguesia desconhecia por completo o projecto, parece que o propósito de colocar lajes em determinadas ruas terá a ver com os deficientes e concretamente por causa de cadeiras de rodas. Parece. Claro que as más línguas dizem outra coisa.

Inacreditável. Já explico. Mas vejam estas fotografias.

Estas fotografias são da zona chamada "barreira", que é plana. Repito, plana!!!
Estão a substituir a maioria dos velhos e característicos paralelepípedos que ali existiam como existem por toda a aldeia, a substituir por lajedo polido, repito, polido.

Parece que o plano é colocar em certas ruas este lajedo polido, repito polido, mesmo em ruas íngremes e nomeadamente na de centenas de metros que vai para o castelo. LAJEDO POLIDO. Reparem na primeira fotografia, observam os blocos esbranquiçados que se preparam ao que parece paca colocar em diversas ruelas da aldeia.

Tenho o maior respeito pelos deficientes. Mas, e bom senso, e noção das realidades?

Vou à aldeia de Monsanto desde 1969. Não me lembro de alguma vez ver cadeiras de rodas nas ruas de Monsanto nem idas ao castelo de pessoas a empurrar cadeiras de rodas. É que não dá, é só isso. Reparem, imaginem as rodas a saltar nos paralelepípedos. E a descer, como seria?

Mas vamos a fotografias.

Esta é só para ilustrar a chegada à aldeia, subir do largo do "Baluarte" (para baixo à direita da fotografia) até à igreja (de onde a foto foi tirada, da igreja para baixo) , uma rua já com bastante inclinação. Fácil para qualquer cadeira de rodas!!!

Agora, o início da subida para o castelo, logo a seguir dobrar-se a esquina da junta de freguesia.

Os ciclistas mesmo no carreto melhor suam as estopinhas e é frequente vê-los a certa altura saltarem do selim!
Faz sentido? Alguém pensou em ir por ali acima com cadeiras de rodas?

E quanto ao castelo?

Isto faz algum sentido?
Reparem, só a existência em todas as ruas da aldeia das chapas metálicas dos esgotos, das águas, das condutas de electricidade e TV, é já de si um perigo. O ano passado, estava a almoçar no restaurante "Petiscos e Granitos", na zona da subida para o castelo, e vi através da janela um japonês idoso estatelar-se exactamente por escorregar numa das chapas, MOLHADA, chovia. Fez fractura exposta.

Voltando ao "negócio" do lajedo

Como não há quadros expostos indicando quer faz a obra, quem é responsável, data de conclusão da obra, e sabendo-se que estamos num distrito peculiar quanto a "casos" e que é o de Castelo Branco, recheado de casos vergonhosos, desde as falsificações depois alcunhadas de imprecisões, um distrito que há décadas vê passarem-se coisas estranhas, com gente que salta de um lado para o outro, que finge nada ter percebido ou conhecido, tudo é lícito de imaginar. Ou não?

Lajedo polido para ruas íngremes?

E a caracterização da aldeia vai ao ar? O património nada diz?

Imaginem lajedo por ali acima. A subir será terrível, além de que nunca vi ninguém a tentar, é pura loucura, basta ver as poucas pessoas que se aventuram com carrinhos de bebé, é um tormento. Mas voltemos ás cadeiras de rodas e imaginem que um louco se punha a empurrar uma por ali acima. Com lajedo polido, com lajedo molhado, como será a descida? Quantos acidentes em potência?

Enfim, mobilidade para os deficientes faz todo o sentido, é imperioso que gradualmente se melhorem as condições de acesso a deficientes, em todo o lado. Mas há realidades físicas a atender, ponderar, pois não são alteráveis! Só isto.

Mas talvez também deva existir bom senso e atender a aspectos inultrapassáveis. Como na aldeia de Monsanto. Ou quererão a prazo demolir os penedos e aterrar tudo?

Em vez de lajedos, porque não pensar num estacionamento decente à entrada da aldeia, lá em baixo, para carros e autocarros, e teleférico até à aldeia e/ ou castelo? Com dinheiro tudo se faz. Será uma ideia lunática?

Ou o que se está a passar, é para fingir obra e dar algum a ganhar a fornecedores de material onde nunca se sabe ao certo quem está por trás de certos fornecedores?

E assim continuamos em Portugal e em muitas autarquias, derretendo dinheiro do contribuinte que algum tem de colocar mesmo para estes programas de fundos da UE, e assim continuamos com uns a pintar pavimentos de ruas, com outros a colocar lajedos de pedra polida enquanto as canalizações de água da aldeia andam a rebentar constantemente (são salvo erro dos anos 80 do século passado), com outros a engalanar ruas interiores do centro da cidade convencidos que revitalizam a zona onde fecham loja após loja e fechou a pastelaria, com outros a inverter circulações, com outros a materializar ciclovias desproporcionadas, etc. 

AC

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