segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

O  REPRESENTANTE  NACIONAL  na 
PROCURADORIA  EUROPEIA
Já aqui o escrevi ao longo do tempo e hoje repito: sempre arriscado confiar no que se lê nos OCS nacionais.
Isto dito, vou partir do princípio de que o que leio sobre o assunto e concretamente vindo do MJ e da DGPJ e especificamente o comunicado da Direção-Geral de Política e Justiça (DGPJ) corresponde ao que se passou de facto.

E o que se lê/ conclui desse comunicado?
> confirma-se que a "coisa" é uma grande trapalhada e o que foi remetido para a Europa tem algumas mentiras, que é a palavra de português que se aplica,

> que a DGPJ cumpriu instruções,

> que a informação sobre o currículo do procurador José Guerra "foi preparada na sequência de instruções recebidas e o seu conteúdo integral era do conhecimento do gabinete da senhora Ministra da Justiça" desde a data em que foi emitida, a 29 de novembro de 2019,

> que reconhece que houve duas informações erradas prestadas pela DGPJ por lapso de análise (a indicação da categoria profissional como sendo de Procurador-Geral Adjunto, em vez de Procurador da República; e a indicação da acusação, e não do julgamento, no processo "UGT"), apesar de facilmente verificáveis como lapsos materiais, desde logo perante o currículo igualmente na posse dos serviços do Conselho da União Europeia",

> o director Miguel Romão colocou o lugar à disposição "no cumprimento da lógica republicana de que erros administrativos que afetem a reputação e dignidade do serviço público devem ser assumidos pelo dirigente dos serviços, independentemente da sua prática direta ou de responsabilidade do próprio, o que naturalmente não ocorreu neste caso concreto",

> que nada nem nas instruções da sra ministra da justiça, nem no desempenho dos profissionais da DGPJ, foi feito no sentido de deturpar intencionalmente a verdade ou as qualificações de qualquer candidato.

O que se sabe mais desta fantochada?
> que a ministra está furibunda por isto ter vindo a público, passado um ano, como se constatou na sua inacreditável prestação televisiva onde foi clara quão irritada estava,

> que a ministra acha que isto é um grande empolamento,

> parece que o ministério da dita justiça está também a diligenciar no sentido de corrigir a nota enviada à REPER, em novembro de 2019, com informação sobre o Procurador José Guerra", e que a palhaçada continuará dentro de dias no parlamento.

TUDO VISTO E PONDERADO:
> só um totó desconhece que quando certas matérias andam dentro de um gabinete essas matérias vão fatalmente logo ao conhecimento do titular desse gabinete, seja ministro, presidente da república, primeiro -ministro, director-geral, chefe militar, procurador-geral da República, director da PJ, etc.,

> a demissão do director da DGPJ como ele próprio refere tem por base uma questão de dignidade profissional, ética, e é obviamente para defender o lugar da sra Van Dunem,

> se informam e reafirmam que são lapsos e não mentiras intencionais porque o currículo já lá estava na Europa, então para quê mais um documento com CV? Não percebo, mas o defeito deve ser meu,

> finalmente, e como quase sempre acontece, fica nebuloso o concreto das instruções que a DGPJ recebeu; percebe-se que foi de cima mas não explicitam, o costume, não iam dizer que tinha sido ela, não é verdade? (*).

Esta é mais uma pouca vergonha desta gentalha que nos desgraça.
AC

(*) É o costume nesta podre máquina do Estado português, mas de vez em quando há alguém que não aceita assumir responsabilidade por bacoradas de uma alta chefia muito acima de si. 
Conheço bem um caso desses, em que alguém, quando perguntado, não hesitou um segundo a indicar de quem era a responsabilidade por determinada bacorada. Claro que o assunto morreu ali mesmo, ali mesmo logo que indicado o nome do pesporrente e ignorante superior, contrariamente ao que dois "altos" cretinos desejavam avidamente; é que, não tendo o desgraçado inferior aceitado de bom grado colocar o pescoço na guilhotina, não se ia desancar um importantão (???) , não é verdade? 

Sem comentários:

Enviar um comentário