RECORDAÇÕES da III REPÚBLICA
Periodicamente converso com o meu melhor amigo militar, sobre temas relacionados com a Defesa Nacional (DN) de que ele sabe alguma coisa e eu pouco, relacionados com as Forças Armadas (FA) assunto que ele conhece muito razoavelmente por óbvias razões mas, também, bastante sobre política nacional tanto mais que ele, sendo militar de carreira, por circunstâncias da vida privada conheceu muito bem certos políticos e outras pessoas muito influentes na sociedade.
Este meu amigo tem-me contado episódios vários, incluindo sobre a guerra em África onde ele também combateu. Ontem, depois de falarmos sobre as recentes declarações do ministro da DN João Cravinho jr (MDN) após a aprovação em conselho de ministros das suas propostas para aumentar as competências do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), contou-me coisas verdadeiramente pitorescas. Sim, porque as há por todo o lado na sociedade, na vida política, nas magistraturas, nos profissionais de saúde, no seio da vida militar. Duas delas referem-se exactamente ao edifício de que mostro duas fotografias, em que a colorida é a mais recente. Ele perguntou-me: "António, sabes quanto tempo demorou a "luta" de um MDN até que fosse colocada a identificação do ministério por cima do símbolo do Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA)"?
Confesso que desatei a rir, parece que foi coisa que irritou bastante o MDN de então mas, obviamente, o que ele queria porque de facto assim devia ser, acabou por ser executado, ainda que com azia. E assim lá está, pois o edifício alberga, o ministério que tutela as FA, e o EMGFA. Tal como me ri da história de uma alta entidade dessa época que defendia ardentemente a teoria, o que anda na água é da Marinha, o que anda em terra é do Exército, o que voa é da Força Aérea. Não foi muito fácil esse senhor vergar, apesar da sua teoria já naquela época estava ultrapassada. Tempos curiosos esses, de décadas atrás. Diz o meu amigo, que parte do que presentemente se está a passar e tem vindo a público tem raizes muito atrás, e nomeadamente do final dos anos 80 e depois anos 90 do século passado, e dos primeiros 12 anos deste século. Maiores responsabilidades do plano político obviamente, mas o plano militar a não estar exempto de culpas.
AC
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