Há meses que vem sendo noticiado o desenvolvimento de inúmeros casos relacionados com a vida e actividade do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL). O orgão disciplinar dos juízes procedeu disciplinarmente contra quem era o "chefe" do TRL.
Muito provavelmente, com referência a questões e a pessoas em relação às quais haverá não só fumo mas provavelmente também muito fogo.
Naturalmente, também, que é provável isso ter vindo a ser acompanhado com alguma ausência de rigor, quebras de segredo de justiça, e etc. Refiro-me aos OCS.
Como de costume, irá acontecer como parece já estar a ocorrer, e que quem é visado declare a sua total inocência, e ainda da sua aparte sempre um escrupuloso cumprimento de normas e regras a que estava obrigado.
O costume, portanto, tudo maldade contra um pobre inocente. SEMPRE.
Estará ou não estará inocente?
Tem que se esperar pelo fim do processo, naturalmente, sendo de facto deplorável a continuidade de julgamentos na praça pública. Ah, e como de costume, lá aparecem os advogados do costume. Curioso.
Nestas coisas, faz-me muita espécie ver certas pessoas ligarem tão voluntariosamente o seu nome a certos episódios. Quase parecem querer pressionar alguém por força do seu estatuto. Diz-se que por responsabilidade social e por detestar (e nisso estão certíssimos) a pouca vergonha a que se assiste na maioria dos casos mediáticos. E não me refiro só a estes casos agora relativos ao TRL.
Mas, mal que pergunte, a pouca vergonha é sempre e só do que muitas vezes os OCS fazem? A pouca vergonha, não é mais nada, não há mais nada?
Na minha visão destas coisas, mas tenho de admitir poder estar enganado, as amizades não deve ser deitadas ao lixo, mesmo quando os amigos prevaricam, ou se envolvem em coisas impróprias.
Mas, por outro lado, faz-me espécie que alguém declare que formulará a sua opinião sobre dado caso depois de ouvir o envolvido nesse dado caso, sendo que o envolvido é seu amigo.
Não mandaria a prudência acompanhar o caso e esperar o desfecho judicial, sem proclamações públicas?
Ou tudo o que os OCS foram denunciando é completamente mentira?
A operação LEX é mais uma inventona?
É claro que o visado declarará a sua completa inocência, como parece já ter feito.
Então, pergunta-se, quem quer assistir, e formular uma noção pessoal sobre o processo que envolve o amigo, ficará a basear-se apenas na declaração de inocência desse seu amigo?
Tudo isto me faz uma certa espécie, mas já nada me espanta e de há muitos anos. E esta situação agora noticiada remete-me para décadas passadas sobre outras áreas. Será que houve então pressões noutras áreas importantes da estrutura do Estado? Dá que pensar.
E já agora estou a lembrar-me, também, das brochuras das três candidaturas ao Montepio, tempos atrás, onde inúmeras figuras (figurões?) integravam essas listas, particularmente naquelas ditas comissões de honra, que não propriamente nas listas de candidaturas aos orgãos sociais.
Montepio, lembre-se, que é bomba potente por explodir, mas que este pantanoso sistema rosa persiste em esconder e adiar. Talvez por porfiar para ver se encontra culpabilidade de Passos Coelho no processo. Os rosáceos que por lá andam há anos são anjos puros.
Isto anda tudo ligado. Poucas vergonhas às toneladas, corrupção passiva e corrupção activa a rodos, processos às dezenas, pressões de estatuto, pressões das lojas, pressões das máfias várias, mas todos inocentes. Até porque confortáveis com certos apoios públicos. Imagino os apoios por baixo da mesa, das lojas e dos escritórios.
E falam-me de responsabilidade social!
Desgraçado país, desgraçados de nós cidadãos comuns, onde se pretende formular juízos com base no que se for ouvir de viva voz por parte de presumidos criminosos, que o serão ou não apenas quando houver trânsito em julgado.
Mas que se declaram sempre uns desgraçados INOCENTES ah isso é certo.
AC
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