ALDEIA de MONSANTO
3 de MAIO. FESTA do CASTELO ou de Sta CRUZ
É uma tradição que se cumpre todos os anos, na Festa da Divina Santa Cruz.
Há cada vez menos pessoas a participar. O despovoamento é crescente, e a maioria dos que cumprem a tradição tem idade já avançada. Felizmente lá vai aparecendo alguma gente nova.
A tradição manda que no dia 3 de Maio um grupo de pessoas da terra se junte e leve até ao castelo um pote de barro cheio com um enorme ramo de flores silvestres. Levam os adufes e cantam à Divina Santa Cruz.
O pote de barro com as flores simboliza fartura, e tudo assenta numa lenda sobre um cerco à aldeia de Monsanto no tempo dos mouros. A fome já apertava. Tinham já só um bezerro e um alqueire de trigo e o ânimo esmorecia, pensavam render-se.
A lenda diz que o governador se convenceu da sugestão de uma mulher idosa que recomendou dar o trigo à bezerra para depois a lançar do castelo abaixo, de local que fosse bem visível para os sitiantes.
A lenda garante que o cerco foi levantado por os sitiantes se terem convencido que apesar de tão longo cerco, os sitiados ainda tinham mantimentos para muito mais tempo. Desistiram, partiram.
Esta é uma fotografia já com algum tempo da voluntária que nos últimos anos tem levado o pote à cabeça até ao castelo.
Quanto o dia 3 de Maio não coincide com um Domingo era habitual haver no Domingo seguinte uma grande festa no castelo, com ritual cumprido a rigor, cerimónias religiosas, participação de grupos etnográficos e, no alto do castelo, fazer a recriação do cerco com as mulheres e cantar, tocar adufe e agitar as marafonas, bonecas sem olhos e nariz.
Os tempos estão a mudar. Hoje não consigo lá estar. Deixo fotografias de evento passado, antes da pandemia.
Fim de festa
António Cabral (AC)
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