PORTUGAL e as FORÇAS ARMADAS
PORTUGAL e os MILITARES
Esqueçamos lá isso, é uma das mais patéticas e deploráveis frases proferidas recentemente.
Mas, agora reparo, pode ser também a síntese das tiradas grandiloquentes (umas) e patéticas (outras) da criatura que disseram nunca ter havido alguém tão bem preparado/ a para ser responsável tutelar da tropa (uso este termo por ser tão ao gosto de conhecida gentalha).
Mas esqueçamos lá isso.
Mas esqueçamos lá isso.
O regime que Abril trouxe e onde vivo sem constrangimentos de fundo, está a menos de ano e meio de perfazer 50 anos. Pois continuamos sem que os eleitos pelo "povão" reflitam seriamente com a sociedade e depois decidam, se Portugal deve ou não ter Forças Armadas (FA). Pessoalmente, considero que deve ter.
Mas esqueçamos lá isso.
Cada vez mais os concursos para ingresso nas fileiras ficam mais vazios isto é, cada vez mais são menos os que concorrem.
Mas esqueçamos lá isso.
A título de exemplo, li há dias e já nem sei onde que, no Exército, um concurso, regime especial, com 223 lugares, fechou com 75 admitidos.
Mas esqueçamos lá isso.
A Constituição da República Portuguesa (CRP) estabelece no Título X um conjunto de preceitos constitucionais relativos a Defesa Nacional (DN) e, salvo melhor opinião, o articulado todo é uma das fontes da confusão generalizada em Portugal no entendimento que DN é com as FA. Não é, DN é muito mais abrangente que apenas o seu pilar militar, mas sempre deu jeito aos políticos da treta manter esta errada noção.
Mas esqueçamos lá isso.
Os oficiais das FA, em termos de remuneração base média mensal, auferem em média menos 870 € que os da GNR e menos 470 € que os da PSP.
Mas esqueçamos lá isso.
As praças das FA auferem menos cerca de 490 € que os guardas da GNR.
Mas esqueçamos lá isso.
Deveria haver uma preocupação por parte do inquilino em Belém de quem dizem ser o comandante supremo das FA com a situação grave que se vive no seio das FA nomeadamente quanto a efectivos, carreiras, sucessivos concursos por preencher vagas, vencimentos?
Mas esqueçamos lá isso.
A Marinha devia no presente estar equipada com 10 NPO (navio patrulha oceânico) construídos em Viana do Castelo como determinava o concurso de anos atrás, e só tem 4?
Mas esqueçamos lá isso.
Quais são os meios da Força Aérea e da Marinha, em permanência nos Açores e na Madeira? São suficientes?
Mas esqueçamos lá isso.
Tem havido muitos abates aos Quadros Permanentes dos três ramos das FA? (abate, significa basicamente que querem ir sair das FA mesmo que para isso tenham de ressarcir o Estado).
Mas esqueçamos lá isso.
Ele diz que Portugal mudou e o mundo também.
Mas esqueçamos lá isso.
Esqueçam, e sabem porquê?
Porque a maioria dos portugueses não quer saber de DN (isso é com a tropa) para nada, a maioria dos portugueses não quer saber de militares para nada, e os titulares dos órgãos de soberania vivem contentíssimos com este pantanal.
Reconhecimento da Instituição Militar?
Reconhecimento para com os militares?
Bastam as fanfarronadas patéticas e inconsequentes dos inquilinos em Belém e S.Bento.
Desde que haja desfiles, lindos cartões de boas festas recebidos dos chefes, almocinhos na Sagres e em outros locais, está tudo bem.
ESQUEÇAM, que está tudo lindo, eles governam pela tradição, e esta tem sido o que se conhece!
António Cabral (AC)
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