domingo, 28 de maio de 2023

BULIÇO  e o  MARAVILHOSO  SILÊNCIO

Ontem, a meio da manhã, três turistas portuguesas perguntavam à dona do café - quantas pessoas residem aqui na aldeia - e eu, sem esperar resposta pois estava ao lado delas ao balcão a tomar a minha bica matinal informei - não sei com rigor absoluto, mas de certeza que pouco passa de 70 pessoas e, quanto a criançada, haverá cerca de 6, creio.

Além das três senhoras, da dona do café e eu e a minha mulher, apenas mais três pessoas, sentadas, anciãos da aldeia.

Tirando a fortuita conversa, silêncio, cortado apenas pelos latidos de um cãozito lá fora, e dentro do café pelo som do televisor, e um ligeiro zum zum do frigorífico.

Na rua, quase ninguém se vê, passou uma camioneta pequena com um dos homens/ empreiteiros da construção civil que resolve muitos problemas e reconstrói, reside num dos lugares à volta do monte, creio que no Lagar Martins ou no Adingeiro.

Silêncio. Fabuloso silêncio, na rua e em casa.

Em casa, o silêncio é quebrado pelas nossas conversas, de vez em quando liga-se um bocadinho o televisor para onde raramente olho, prefiro os meus livros, papelada, e olhar também para documentação relativa a memórias passadas e, entre ela, a que um bom amigo começou a partilhar. 

Silêncio aqui em casa, periodicamente quebrado por baixíssimo ruído da caldeira ou das máquinas de lavar, ou da música clássica do rádio, ou da máquina de café e, de vez em quando, o som dos telemóveis a receber chamadas.

Silêncio, maravilhoso silêncio, nem uma mosca se ouve. 
Ontem entrou uma, coitada, como não estava cá nenhum representante do PAN. . . . . acabei-lhe com a vida.

Lá fora, nuvens, entreabertas de Sol, alguma chuva, trovoada ao longe.

Silêncio, ganhar forças, retemperar espírito e corpo para o que aí vem.

AC

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