terça-feira, 15 de agosto de 2023

PONTE

Ponte - construção que permite a passagem de uma via de circulação sobre um curso de água ou um vale; . . . . . . .

E como digo aqui no blogue e em conversas com amigos O diálogo é a ponte que liga duas margens.
Mas este caso que enfurece os do costume, mostra que diálogo não parece ter havido e pelo que se vai vendo a coisa não melhora.

Milhares de pessoas assinaram já uma petição para impedir que a ponte construída sobre o rio Trancão para o evento JMJ 2023 venha a ter o nome do cardeal patriarca de Lisboa cessante.

Mão amiga enviou-me quer a petição a que que me refiro em cima (não a tinha procurado) como também a petição que vai num sentido oposto ou seja, deseja que a ponte fique com o nome do Cardeal Clemente e que o que vem sendo designado por Parque Tejo fique com o nome de Papa Francisco.

Salvo melhor opinião, nisto como infelizmente em muitas coisas, salta à vista a demagogia de ambos os lados das barricadas ideológicas. 
Mais, parece-me lícito poder concluir do que se vê por parte de vários, o arfar de egos desmedidos, ausência de sentido das responsabilidades, ausência de diálogo, ausência de noção das proporções, ausência de sentido das realidades e, a avaliar pela noticiada recusa de D. Clemente, parece demonstrar uma completa ausência de noção de como se devem fazer as coisas. 

A toponímia das aldeias e vilas e cidades nem sempre reflecte o valor, o mérito, de personagens/ cidadãos portugueses e até alguns cidadãos estrangeiros.
Mas a esquerdalhada é assim, e muitos direitolas (os decentes, não estou a falar de Venturas e similares) não se mostram muito diferentes. É fácil verificar  e a começar por Lisboa, que há muita ideologia na definição da toponímia de cidades, vilas e aldeias.

Ver nos rodapés das TV - a maioria dos utilizadores da ponte está contra a intenção de atribuir-lhe o nome "Clemente" - dá-me vontade de rir.

As notícias tendem a indicar que a ideia é da Câmara de Lisboa. 
Eu gostava de saber se foi só da CML (e dentro dela de quem partiu a ideia, Moedas ?....), ou se a CMLoures foi auscultada e se concordou. 
Por mim, há aqui um atirar ao Moedas o que, porventura, neste caso, é capaz de se vir a concluir que é merecido. 

Por mim, a máquina de Costa está a trabalhar em força mesmo em tempo de férias de Verão, a esforçar-se por deitar abaixo tudo o que posso engrandecer politicamente o autarca de Lisboa. 
É claramente adversário a roçar inimigo.

Depois, ninguém no PS dirá alguma coisa, silêncio tumular - ah estamos de férias - POIS!

Ainda assim lá aparece um PS sem cartão mas muitíssimo rosa e turbo administrador e comentador, a insurgir-se com o que estão a fazer a Clemente. 
Fica sempre bem uma voz destas, . . . .um deles, dissonante.

Como cidadão comum tenho a maior das dúvidas que a felizmente muito bem organizada e bem sucedida JMJ 2023 tenha de "obrigar" a crismar seja o que for com o nome dos principais protagonistas.

Por mim, continuo atento a como é que a igreja católica nacional e a de Roma está a tratar a pedofilia/ abusos. 
Por mim, se vi actos concretos de realçar, se Francisco recebeu alguns mártires dessa vergonha é louvável mas nada resolve, ando com a sensação de estar aí um aparente arrefecer do processo de investigação e subsequente tratamento, e até alguma indecisão aqui e ali. 

Para mim, naturalmente, na toponímia, em monumentos, museus etc., nada me choca que se lhes aponha o nome de um padre, bispo, cardeal, Papa. 
Nada me choca que para os mesmos fins se vão buscar nomes sonantes da nossa história, nomes com actividade política, educativa, cultural, pedagógica, militar, etc. Mas penso que as escolhas devem acontecer depois dos escolhidos já não estarem entre nós há alguns anos.
Mas, creio indesejável que a atribuição de nomes seja sobretudo por razões ideológicas ou razões da moda, das modas, do politicamente correcto, do "Wokismo".

Para tentar que fique claro o meu ponto de vista, 
- eu teria tirado o nome Salazar à ponte, passava a ser como é ponte 25 de Abril, mas à entrada da ponte, em local visível mas muito discreto, devia ter uma placa pequena com o anterior nome e a data de inauguração,
- defendo esta postura desde sempre, e sei alguma coisa de história nacional para ter uma razoável ideia sobre os períodos da nossa história que se podem designar de, pelo menos, por tristes e lamentáveis aos olhos e valores de hoje, que não são os de há séculos, 
- reagiria se algum dia quisessem atribuir o nome Barbieri ou Silva Pais ou Urraca ou Filipe de Espanha a uma rua ou Praceta, sendo certo que temos, por exemplo, a Praça de Espanha em Lisboa,
- sou apologista de que na toponímia se faça sempre como vejo em muitas das nossas vilas e aldeias e cidades mais pequenas sempre que se alteram nomes: estar bem legível e em letra maior o nome e, em letra bastante mais pequena - antiga rua ...

Voltando à ponte do Trancão, já me perguntei, quem foi o grande protagonista da JMJ 2023? 

Imagino hipóteses de alguns dos meus concidadãos:
- Marcelo Rebelo de Sousa, . . . . (??????????????????)
- Carlos Moedas, (?????????),
- Sá Fernandes, (???????????????????),
- Américo Aguiar, (?????????),
- Manuel Clemente (?????????????????????),
- Papa Francisco, (?),
- governo PS, (??????????????????????????),
- Ana Catarina Mendes, (?????????????????????),
- CM Lisboa (?????????)
- CMLoures, (????????)
- CMOeiras, (????????????????????????????????).

A resposta à minha pergunta supra é: 
✒ grande protagonista, foram as pessoas, e a juventude, naturalmente.

E se no milhão e meio estimado no último dia da JMJ 2023 havia milhares de jovens de nacionalidades várias, parece-me óbvio que havia também muita gente de idades diversas, e acredito que a maioria seriam católicos mas, certamente, não eram 1500 000,00 fiéis.
E pela televisão, em Portugal, certamente que mais uns milhões seguiram a jornada toda. Eu não fui à JMJ 2023, e quase nada segui pela TV, estava fora de Lisboa.
 
A ponte tem de ter um nome? Que diabo, não pode ficar sem nome?

E já agora, neste Portugal cada vez mais peculiar, atribuir um nome a uma pequenina ponte dentro de um concelho, tem que ser debatido na Assembleia da República ou no / pelo governo que está?

Bom, se tem de ter nome, a mim parece lógico que as CM de Lisboa e Loures teriam de arranjar um nome de comum acordo.

Será então pateta ponderar estes nomes:
- Ponte Rio Trancão,
- Ponte para o futuro,
- Ponte da Juventude,
- Ponte JMJ 2023

Quanto às áreas de um e outro lado da ponte nada me incomoda que lhe aponham o nome Papa Francisco.

Mas, porque não ponderar - Parque Tejo de um lado e Parque Trancão do outro?
Ou, porventura, Parques da Juventude?
AC

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