A PROPÓSITO do LEGADO de ANTÓNIO COSTA
A propósito deste fantástico legado, escrevi umas linhas sobre a notícia do Expresso relativamente ao que se vem passando na Força Aérea (FAP).
O tipo de revolta a que se vem assistindo na FAP não é de agora, a situação tem longa história.
É idêntica a situação na Marinha (de Guerra).
Sim, eu sei, já não há guerras, apenas umas ligeiras escaramuças, muito esporádicas, em raros pontos do globo, reinando em geral uma paz sonolenta e agradável aos sentidos.
Mas voltando ao que escrevi sobre a notícia relativa à FAP, quando os meus amigos, e os homens da minha profissão, e os estimados concidadãos que têm a gentileza de ir lendo o que escrevo e partilho, admito que muitos pensem - este homem não gosta de António Costa, este homem não é socialista, este homem é parcial e sectário.
Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem, umas vezes concordo e outras vezes discordo.
Para quem entenda que não sou socialista nem goste de António Costa acertou.
Quem entenda que sou sectário errou.
Considero António Costa pior que José Sócrates.
Lamento mas é a minha opinião que, naturalmente, farão o favor de respeitar como respeito quem seja socialista e adore António Costa.
Ao longo do tempo aqui escrevi e expliquei porque não gosto dele.
Para quem entenda que estou muito contra Marcelo acertou.
Ao longo do tempo aqui e em outros lugares escrevi porque gostei dele nos primeiros tempos do seu primeiro mandato, porque votei nele para o primeiro mandato e votei em branco para o segundo.
Entendo que nos primeiros dois anos ou três do primeiro mandato ele recuperou os cidadãos para a política e para as instituições do Estado e daí para cá só tem estragado todo esse trabalho.
E também escrevi ao longo do tempo o que dele penso como Comandante Supremo das Forças Armadas; penso que é trágica a sua postura, não passa de um Comandante Superficial das Forças Armadas.
Para os militares que venham ler as minhas palavras, e particularmente para os que me conhecem, admito que numa primeira reação as entendam injustas ou demasiado fortes, mas devo respeitosamente recordar-lhes alguma coisas.
Ao longo dos anos, muito escrevi (e sei que leram) sobre os Presidentes da República desde Ramalho Eanes e o que fizeram, ou não fizeram, e entendi que deviam ter feito.
Citei inclusive inúmeros textos de artigos e discursos nomeadamente de Mário Soares e Jorge Sampaio, e fiz considerações sobre essas grandiloquentes citações e as realidades que se sucediam no terreno.
Ao longo dos anos escrevi sobre as reformas e contrações iniciadas com Cavaco Silva e Fernando Nogueira.
E recordei a génese da primeira lei de defesa nacional que ficou na gíria conhecida como lei Freitas do Amaral (1982).
E escrevi sobre as peripécias dessa génese, o que certos políticos sobretudo de esquerda e vários militares fizeram.
E fizeram mal, opinião pessoal, naturalmente.
Ao longo dos anos escrevi sobre a trágica gestão dos sucessivos ministros da defesa nacional, Vitorino e sucessores, terminando nos inarráveis Cravinho e Carreiras, e tendo havido pelo meio o inarrável do hífen do PSD.
Engano-me, ás vezes erro, corrijo-me.
Estou bem comigo.
O que vem acontecendo nas Forças Armadas há muito que foi indicado como quase certo viria a acontecer.
Acontece, e não é de agora. É de há muito.
Resultados à vista.
Nas Forças Armadas, nas forças de segurança, nos professores, nos juízes, nos magistrados, nos médicos, etc.
Recordo Mandela, Martin L. King, Burke e tantos outros que sempre se angustiaram que a maioria se cale.
Não me calo nem me calarão.
PSD e PS têm muita culpa no que vem acontecendo em Portugal.
António Cabral
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