domingo, 21 de janeiro de 2024

PS e JOSÉ LUÍS CARNEIRO

José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, tutela a PSP e a GNR. Duas das principais forças de segurança.
Mas há outras forças de segurança, a Polícia Marítima, o Corpo de Guardas Prisionais, havia o SEF cujos agentes transitaram em parte para a PSP, creio que alguns para a GNR e outros estão no novo organismo de que nem me estou a lembrar a designação. Além da ASAE e outras coisas. 

Já o escrevi antes, sabe-se há muito não é de agora que existem na PSP e GNR, imensas deficiências, dificuldades, escassez de meios, infra-estruturas em más condições, viaturas em mau estado etc.
Já o escrevi antes, porque é que agora com um governo cujo PM se demitiu e está há dias em gestão, porquê agora estas manifestações despoletadas aparentemente, por um guarda da PSP que se lembrou de sugerir nas redes sociais os protestos que têm crescido?
Porquê agora?

Para mim é por demais evidente que há várias explicações possíveis, uma vez que as desgraças que aponto acima não surgiram no dia em que António Costa se demitiu. As minhas explicações são legítimas, discutíveis naturalmente, e creio que são a realidade, que será quase impossível comprovar.

Apostaria que gente do BE, do PCP, do Chega, (da IL PAN e Livre duvido que tenham essa capacidade), e do PSD, foram agitando "as águas", com o propósito de demonstrar a incompetência e o caos dos governos PS de Costa.  
Já havia há muito a agitação e o caos com os professores, com os médicos e enfermeiros, somando-se-lhes as greves constantes em vários sectores que, se fossem no tempo de Passos Coelho, haveria aqui um terramoto monumental. 
Os jornalistas podiam mas não fazem comparações, não convém, é chato para as esquerdas.

Voltando a JLCarneiro, leio que manifestou piedoso desejo que o próximo governo integre no salário base os suplementos agora exigidos por PSP e GNR.

Agora que o governo está em gestão, Carneiro, que tinha uma auréola de decência comparado com colegas de governo, podia agora e logo que surgiram os protestos ter dito publicamente com clareza meridiana - não foi possível antes ter feito o que eu agora expresso
Mas não disse.

Esta pastosa semântica - é um trabalho que deve ser feito e concluído na próxima legislatura e por parte do próximo governo e que, do meu ponto de vista, deve ter duas dimensões estruturais: comparar as funções e a natureza das forças e serviços de segurança, bem como dos órgãos de polícia criminal, no que tem que ver com a estrutura de remuneração de base e, depois, também estabelecer uma comparação entre os diferentes suplementos das forças e serviços de segurança e dos órgãos de polícia criminal" - é para iludir quem?

Quando o ministro indica claramente que há problemas nisto tudo muito complexos e por isso ele afirmou que nestes assuntos há que ter em atenção vários ministérios, os que tutelam a Administração Pública, as Finanças, a Administração Interna, a Defesa Nacional, a Justiça e a Economia (este tem a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica).

Como é sabido por todos os que são intelectualmente honestos, na chamada pesadíssima máquina do Estado e no que se refere a estatutos, vencimentos, dignificação de profissões, está tudo torcido, distorcido, descompensado, e deveria haver uma certa equiparação de cargos e vencimentos na dita máquina, coisa que existiu até ao final dos anos 80 do século passado.
É evidente que há pouco dinheiro, há impactos orçamentais muito significativos.

No meio desta telenovela e destes protestos lá veio um inarrável constitucionalismo dizer que se podia pagar aos homens já. 
As palavras não são estas, o sentido parece-me que foi.

Por fim, Carneiro e os outros que estiveram mais de 8 anos a teoricamente a governar falam que, é agora, no futuro, no próximo governo, vamos resolver.
A cartilha do novo secretário-geral, que não é advogado, jurista, só político!
Deplorável. 
AC

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