AMIZADE
(volto ao tema)
Aqui há tempos um bom amigo dizia-me que - "o melhor do ano novo são os velhos amigos".
É conhecida a frase «Viver sem amigos é morrer sem testemunhas.»
É conhecida a frase «Viver sem amigos é morrer sem testemunhas.»
Nós e os amigos, todos sabemos o que é para nós o tempo, a passagem do tempo, as agruras já passadas e as que virão, os bons momentos já fruídos e a esperança de que mais havemos de saborear.
Somos testemunhas uns dos outros.
A vida ensinou-me, tenho muitos mas mesmo muitos que manifestam consideração por mim.
Mas amigos daqueles mesmo chegados, tenho três ou quatro civis e quatro ou cinco militares.
Confesso que muitos dos que ao longo da vida me têm manifestado muita consideração estão a milímetros de passar para o catálogo restrito.
Há amizades pessoais, de grupos, de seita, interesseiras.
Há alianças e amizades.
Mas, sobretudo, creio, as amizades são como as mamas: há pequenas, grandes, e há as falsas.
Pessoalmente nunca fui de interesseiras, de seita.
E quando digo "a vida ensinou-me" estou a rever a passagem do tempo.
Há tempos, na residência fiscal, almoçámos com pessoas amigas sobretudo do lado da minha mulher e, a dada altura, recordei que em 28 de Julho passado passaram 50 anos que vim da guerra na Guiné.
Repito, que vim, pois fui para lá em 29 de Outubro de 1971!
Ele voa!
Como escreveu José Tolentino Mendonça - Há amigos que iniciam-nos na decifração do fogo, na escuta dos silêncios da terra, no entendimento de nós próprios - é mesmo!
A amizade não tem preço, tem valores, é construída.
A amizade tem que ser fruída, mesmo que longos silêncios aconteçam.
A amizade não se solidifica com palmadinhas nas costas em almoços esporádicos.
A amizade genuína não cuida de verificar se existe ou não completa união ideológica.
A amizade mede-se por gestos, por posturas, por solidariedade, mesmo por exemplo até observando quem esteve no funeral do irmão.
A amizade tem memória, é construída. O passar dos anos enriquece-a.
A amizade genuína nunca se apaga por silêncios ou ausências que aconteçam.
António Cabral (AC)
Sem comentários:
Enviar um comentário