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Mas a extrema-esquerda, alimentando o ruído que polariza, e a covardia da esquerda moderada, conseguem transformar os termos da discussão de tal forma que uma mera opinião, não só legítima, como alinhada com a lei, é considerada indizível por pessoas que aspirem ser juízes do tribunal constitucional.
É a mesma extrema esquerda que diz que o país é seguro, portanto discutir segurança é de extrema-direita, que diz que não há problemas a discutir sobre imigração, portanto discutir imigração é de extrema-direita, que argumenta que usar casos isolados e pontuais é populismo de extrema-direita, ao mesmo tempo que usa uma morte pela polícia para alimentar discursos que polarizam (ver o comunicado do SOS racismo de ontem), apesar dos números que Miguel Alçada Baptista apresenta e que demonstram que a polícia portuguesa é muito moderada.
O padrão é sempre o mesmo: definir os termos da discussão, ao ponto de ser possível ostracizar qualquer pessoa que ouse dizer-lhes que o rei vai nu e que o discurso dominante da esquerda tem, actualmente, escassas amarras à realidade.
Polarizar para calar, dir-se-ia.
A esquerda tem sido tão bem sucedida neste processo, que há muito pouca gente que pergunte: mas qual é o problema da extrema-direita?
Há milícias armadas nos partidos de extrema-direita? Há secções militarizadas nos partidos de extrema-direita? Há jornais destruídos à bomba pelos partidos de extrema-direita? Há chapeladas a favor dos partidos de extrema-direita nas eleições? A democracia foi suspensa na Itália? Etc., etc., etc..
Não faço segredo da pouca consideração que tenho pelo Chega e pelo que defende (veja-se o comportamento indecoroso na eleição da juíza de que falei acima), mas não me parece que seja um partido que mereça menos consideração ou que seja um risco maior para a democracia que o Bloco de Esquerda ou o PC.
Em rigor, em rigor, quando alguém diz que reduzir um grupo parlamentar do Chega de 50 para 5 deputados é um objectivo patriótico que todos deveríamos apoiar (Aná Sá Lopes dixit, mas longe de ser a única), está a fundamentar essa afirmação em quê?
Qual é o problema do Chega ter 50 deputados? Se consegue convencer 18% dos eleitores que a melhor forma de serem representados no parlamento é por esse grupo parlamentar, é com certeza porque responde melhor que os outros ao que pretendem esses eleitores, que não é muito diferente do que querem os outros eleitores todos, esses 18% não são todos perigosos anti-democratas que pretendem substituir governos cuja legitimidade provém dos votos por governos cuja legitimidade provém da força.
E quem não gosta de ter um grupo parlamentar do Chega com 50 deputados, tem muito bom remédio: convencer os eleitores de que as suas escolhas são melhores que as do Chega.
Agora pretender esmagar a discussão com argumentos da treta sobre os perigos da extrema-direita, francamente, já me parece preguiça a mais. (Henrique Pereira dos Santos).
Mas a extrema-esquerda, alimentando o ruído que polariza, e a covardia da esquerda moderada, conseguem transformar os termos da discussão de tal forma que uma mera opinião, não só legítima, como alinhada com a lei, é considerada indizível por pessoas que aspirem ser juízes do tribunal constitucional.
É a mesma extrema esquerda que diz que o país é seguro, portanto discutir segurança é de extrema-direita, que diz que não há problemas a discutir sobre imigração, portanto discutir imigração é de extrema-direita, que argumenta que usar casos isolados e pontuais é populismo de extrema-direita, ao mesmo tempo que usa uma morte pela polícia para alimentar discursos que polarizam (ver o comunicado do SOS racismo de ontem), apesar dos números que Miguel Alçada Baptista apresenta e que demonstram que a polícia portuguesa é muito moderada.
O padrão é sempre o mesmo: definir os termos da discussão, ao ponto de ser possível ostracizar qualquer pessoa que ouse dizer-lhes que o rei vai nu e que o discurso dominante da esquerda tem, actualmente, escassas amarras à realidade.
Polarizar para calar, dir-se-ia.
A esquerda tem sido tão bem sucedida neste processo, que há muito pouca gente que pergunte: mas qual é o problema da extrema-direita?
Há milícias armadas nos partidos de extrema-direita? Há secções militarizadas nos partidos de extrema-direita? Há jornais destruídos à bomba pelos partidos de extrema-direita? Há chapeladas a favor dos partidos de extrema-direita nas eleições? A democracia foi suspensa na Itália? Etc., etc., etc..
Não faço segredo da pouca consideração que tenho pelo Chega e pelo que defende (veja-se o comportamento indecoroso na eleição da juíza de que falei acima), mas não me parece que seja um partido que mereça menos consideração ou que seja um risco maior para a democracia que o Bloco de Esquerda ou o PC.
Em rigor, em rigor, quando alguém diz que reduzir um grupo parlamentar do Chega de 50 para 5 deputados é um objectivo patriótico que todos deveríamos apoiar (Aná Sá Lopes dixit, mas longe de ser a única), está a fundamentar essa afirmação em quê?
Qual é o problema do Chega ter 50 deputados? Se consegue convencer 18% dos eleitores que a melhor forma de serem representados no parlamento é por esse grupo parlamentar, é com certeza porque responde melhor que os outros ao que pretendem esses eleitores, que não é muito diferente do que querem os outros eleitores todos, esses 18% não são todos perigosos anti-democratas que pretendem substituir governos cuja legitimidade provém dos votos por governos cuja legitimidade provém da força.
E quem não gosta de ter um grupo parlamentar do Chega com 50 deputados, tem muito bom remédio: convencer os eleitores de que as suas escolhas são melhores que as do Chega.
Agora pretender esmagar a discussão com argumentos da treta sobre os perigos da extrema-direita, francamente, já me parece preguiça a mais. (Henrique Pereira dos Santos).
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