segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Do PÂNTANO à PANDEMIA
Como já fiz menção antes, no passado de 16 deste mês assisti á apresentação de novo livro de António Correia de Campos (ACC), a cargo de Leonor Beleza e do (como escreveu um dia Vasco Pulido Valente) que se tornou um furioso beato do PS, Vital Moreira.
Foi no Palácio Galveias ao Campo Pequeno, ao final da tarde.

Já comecei a ler - Memórias II, do Pântano à Pandemia.
Tem certamente muitas coisas interessantes, estou numa fase inicial.

O livro tem como que capítulos estes títulos: 
Ministro de Guterres, Quartel de Inverno, Ministro de Sócrates, Diário, Unidade de Saúde Familiar Reforma Estratégica, Saída do XVII Governo Constitucional, No Parlamento Europeu, A direita no poder, Suicídio anunciado da TSU e o resto, BES uma vergonha nacional, Saída de Bruxelas, Eleições presidenciais de 2015 e eleição para o CES, CES tentar gerir a irrelevância, O legado das conferências CES, Epílogo.

Como em tudo na vida, forçosamente que o autor dá a sua visão sobre todos os aspectos que viveu ao longo da sua vida profissional e política.
Concorde-se completamente, parcialmente ou nada com o autor, haverá certamente algumas coisas que, para cada um dos que lerem o livro, poderá suscitar curiosidade em aprofundar um dado tema, ou ter reservas sobre ele.

Sem querer maçar, escolhi os exemplos seguintes:
- Relativamente a remodelações no primeiro governo de Guterres, ACC confessa ter lamentado que para a pasta da defesa Guterres não tenha convidado José Medeiros Ferreira (JMF) que, na opinião de AAC, era um dos civis mais competentes em Portugal para dirigir aquela pasta.

- Sobre a sua primeira experiência governativa como ministro da Saúde, ACC explica com vários detalhes as dificuldades (que, presumo, hoje em dia ainda que num modo diferente se devem parcialmente manter) sentidas os problemas que enfrentou, as pressões da Associação Nacional de Farmácias, as pressões corporativas dos vários sectores no âmbito da saúde, as questões de gestão ao nível das mais diferentes unidades de saúde do país, obras, a quem recorreu (sempre um certo nome a aparecer durante décadas) para questões jurídicas, e a confissão quanto ao orçamento que elaborou.
Sobre esse orçamento - procurei que se aproximasse da estimativa real de despesa e não, como os anteriores, uma mera fantasia necessitando de retificação posterior

Este segundo exemplo é um dos elementos dos muitos que creditam ACC como uma pessoa intelectualmente honesta.

Quanto ao primeiro exemplo, uma curtas palavras.
1º - Qualquer pessoa teria sido melhor ministro da defesa nacional do que aquele que Guterres escolheu. Não sei se o escolheu por ser jurista ou por ligado ao CDS.

2º - O saudoso professor JMF era como todos nós, um homem com qualidades e defeitos.
Mesmo sabendo que sou suspeito (conheci-o fugazmente nos Açores, dele creio que tenho todos os livros publicados) tenho-o como um dos homens superiores que tivemos na nossa história democrática.
Mas, desconhecendo obviamente imensas coisas da política, ainda assim algumas coisas fui conhecendo por razões privadas que para aqui não são chamadas.
Isto dito, sendo certo que as capacidades e competências de JMF eram muito acima da média, gostava de perceber porque era talhado para a defesa e não para outra pasta, como por exemplo Negócios Estrangeiros que bem conhecia.

Um livro que lerei com gosto.
AC

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