segunda-feira, 28 de outubro de 2024

NAL, AEROPORTO, HOTEL, OBRAS, ÁGUA
O que é que o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa na área do Campo de Tiro de Alcochete (que na realidade está quase todo fora do concelho de Alcochete) e um hotel, têm em comum?

Resposta, a ÁGUA!

No Montijo, num dos cantos na Praça da República, no sítio onde há muitos anos existiu a fábrica Tobom, iniciaram há semanas obras para ali erigirem um hotel o qual, supostamente, deverá ter no subsolo uns quantos lugares para parqueamento de viaturas.

Acontece que há muito poucos dias conforme se foi escavando, depararam com um "pequeno" problema: está a surgir água o que, obviamente, complica bastante a coisa.

Sabe-se, há vários que sabem, há vários que continuam a esconder isso, que uns milhões de anos lá para trás, do Tejo a toda a grande península de Setúbal dizem até alguns grande parte do actual distrito de Setúbal, era provavelmente um lago (pelo menos uma região que, no Período Terciário, seria um delta, que ligaria o Tejo ao Sado).

Dizem alguns, que "hoje", lá por baixo, em toda esta extensa região há bastante mais que um Alqueva, haverá uma reserva de água brutal.

Por outras palavras e pensando em terrenos, sabe-se que no famoso Campo de Tiro de Alcochete, a esmagadora maioria do terreno é arenoso.
Por outras palavras, a penetração no terreno é muito mais fácil do que em outros terrenos.

Há quem tenha explicado que, com base sobretudo num estudo profundo que terá sido realizado em 1992, a construção de pistas de aviação aptas para receber aterragens dos monstros voadores do presente que andam pelas 250 toneladas, é uma coisa muito complicada tecnicamente, e é quase certo que a necessidade da sua manutenção neste tipo de terrenos muito difíceis será sempre uma constante e caríssima. 

O nível freático é extremamente baixo.
Toda aquela imensa região é, sobretudo, areia e arenitos.
Diz quem sabe que, olhando a profundidades,

1) Aos 14 mts há um caudal de água de 60 m3, ininterruptos!
2) Aos 100  " " " " " " " " 150 m3 !
3) Aos 150  " " " " " " " " 250 m3 !
4) A partir daí, o caudal de água é quase ilimitado !

Construir portanto uma pista num terreno arenoso, para aguentar as tais 250 toneladas, implicará aquilo que tecnicamente se designa por "caixa", e é quase certo que não poderá deixar de ter pelo menos uns 10 metros de profundidade, com um dispositivo para estabilizar a areia constituído por troncos de cone em betão em todo o comprimento e largura da pista, e com os espaços entre eles a terem que ser cheios com brita e "touvenant", e por cima as massas de pavimento !

Como é que se pára um caudal de água logo aos 10/ 11 mts de profundidade?

Apenas uma coisa única na vida não tem solução: todos morreremos um dia.

Tecnicamente, a questão superficialmente abordada tem solução?

Se calhar terá mas, mesmo para um leigo como eu que apenas sabe uns pózinhos "bebidos" de quem sabe, é por demais evidente que a construção de pistas naquela zona capazes de suportar operações contínuas dos actuais monstros do ar, será CARÍSSIMA, e que a sua manutenção CONSTANTE e CARÍSSIMA SERÁ.

O que acho notável nisto é que nenhum jornalista, nenhum político, nenhum engenheiro, nenhum analista, nenhum comentador, fale destas questões.
É que não se trata de algo poder custar mais 5 000 ou menos 5 000 Euros.

Que a ANA esteja calada que nem uma mula eu percebo, pois quer a extensão / complemento Montijo e, se esta hipótese estiver mesmo definitivamente excluída como parece, quererá "abichar" o "seu" no NAL.

Agora, tudo calado, nem um pio?
Eu acho esquisito, muito esquisito!

António Cabral (AC)

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