Por razões da vida familiar, tive que estar esta manhã cerca de 30 a 40 minutos dentro do carro numa santa espera.
Tive oportunidade de escutar pelo rádio várias intervenções sobre as eleições americanas a terem lugar no dia de hoje.
Ouvi vários concidadãos, e um ou outro douto, doutos daqueles de certas "madrassas" que tudo sabem, e que tudo tornam tão negro se vencer, o também para mim horroroso TRUMP.
Mas eu creio que de futuro pouco será azul bonito seja lá quem for o vencedor. Veremos onde me engano.
O meu prognóstico é que Kamala vai vencer por muito pouco.
A minha ideia é que Kamala não parecendo animalesca como Trump, não diverge muito dele quanto aos interesses, LEGÍTIMOS, dos EUA.
Tenho 3 anos de vivência nos EUA, 1998/ 2001.
Não tenho nem nunca tive certezas como uma grande maioria dos jornalistas que por aí escrevem sobre os EUA e as suas políticas interna e externa.
Tenho, apenas, umas noções vagas da sociedade americana que, em bom rigor é muito complexa.
A primeira noção que tenho, é que a maioria dos americanos quer é saber da sua vidinha, e está-se um bocado a borrifar para o mundo sobre o qual, tirando as elites, quase nada sabem, nem onde ficam a maioria dos países.
É sabido, quem olha e estuda a história, que ao longo dos tempos os EUA tiveram ciclos diversos designadamente de maior ou menor isolacionismo. Muitos Europeus sabem isso e esquecem (!!) a questão - "interesses americanos". Um detalhe!
Sobretudo após 1945, os Europeus e nomeadamente dos Pireneus para cima, acomodaram-se ao seu estado social, à sua segurança social, ao acolhimento de milhares e milhares e milhares de argelinos, marroquinos, portugueses, espanhóis, árabes, turcos etc., para reconstruir as cidades, criar um bom "welfare" e ficaram sossegados à sombra do chapéu de chuva americano, económico e financeiro nos primeiros anos, e sempre militarmente logo desde 1945.
De Gaulle irritou-se e procurou alguma menor dependência.
Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem, concordo e discordo.
Mas acho muito curioso certos escritos e certas defesas.
Gostava aliás de saber, apenas por curiosidade, quantos desses jornalistas e se mais do que por seis meses seguidos, viveram nos EUA e onde. Adiante.
Seja Trump, seja Kamala, creio que teremos Trumpala.
Isto é, a poderosa máquina do Pentágono, o complexo industrial-militar, a máquina diplomática americana do departamento de Estado, ditarão condutas pouco diferentes.
Kamala adocicará todas as questões, Trump vomitará barbaridades.
Quanto ao Médio Oriente parece-me ver por aí as loas de que com Kamala será decretado o fim da guerra.
Pois podendo obviamente estar enganado, eu penso que o apoio a Israel se manterá igual mas com vocalizações diferentes, com muita discursata e vacuidades politicamente correctas, e a questão nuclear do Irão será encarada da mesma forma ao ponto de jamais lhe permitirem obter armas dessas. O que ache muito bem.
Destruirão essa eventual capacidade.
Quanto à Ucrânia e outros temas estou muito pouco seguro.
Creio que a questão comercial e económica e financeira serão, continuarão a ser, as pedras de toque, ganhe quem ganhar.
E aqui a China, já que a Europa alinhou quase 100 % com os EUA por exemplo face à energia, estando no presente numa dependência actual quase total.
A questão da Formosa/ Taiwan é assunto que presumo será seguida de forma semelhante seja lá quem for o inquilino na Casa Branca.
A ONU continuará a ser a moleza de sempre, não há alternativa, os vetos dos 5 são inamovíveis, pelo menos por agora.
A ONU continuará a ser a moleza de sempre, não há alternativa, os vetos dos 5 são inamovíveis, pelo menos por agora.
Em síntese, nos EUA, creio que tudo continuará mais ou menos na mesma, e tudo a ser conduzido basicamente da mesma forma.
Kamala será docinha nos discursos, o outro será o costume.
Aguardemos.
António Cabral (AC)
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