segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Ainda a Propósito de António Guterres (AG)
Naturalmente, penso eu, seja a propósito deste político português, seja de outra qualquer personalidade nacional ou estrangeira, ou tema, existirão sempre opiniões concorrentes e divergentes. Mas tentar a isenção parece-me um dever.
Cabendo sempre a outrem a apreciação do que digo escrevo e faço, ainda assim creio que as minhas palavras no post sobre a eleição de AG para SG da ONU e concretamente sobre ele, continuam a parecer-me razoavelmente equilibradas e mesmo decentes.
Até porque as circunstâncias da vida fizeram com que eu tivesse a possibilidade de construir uma opinião sobre ele não pelo - diz que disse - nem pelos media. Além disso, relativamente ao ISTécnico onde se formou com uma brilhantíssima nota, também se sabem algumas coisas.
Os meus olhos focaram-se agora sobre umas breves e recentes frases de Vasco Pulido Valente (VPV) sobre AG e sobre a defesa dele a cargo de Francisco Seixas da Costa (FSC).
Recordaria aos menos atentos que, na minha opinião, VPV tem uma acidez muito própria nas apreciações que faz sobre todos e tudo, raramente se safando quem sai das suas apreciações sem nódoas muito negras, e que FSC tem um conhecimento bom acerca de AG nomeadamente porque integrou o seu governo e, além disso, teve e tem ligações ao PS, o que não é nada de condenável.
VPV diz que AG é fraco, influenciável, indeciso, superficial, com um temor de dizer não e recorda o seu péssimo governo.
Já FSC caracteriza no seu estilo próprio a pena de VPV. E defende AG, naturalmente, compreensivelmente.
Nessa defesa, FSC releva o mérito pessoal de AG e concretamente no processo que o levou a alcançar o cargo de SG, e refere que AG projectou Portugal na cena internacional citando o caso do desafio do euro, Timor e ter sido Alto Comissário das NU para os refugiados.
Porque já vou tendo alguma experiência de vida no que se inclui vivência com diplomatas de altíssima craveira, cá e lá fora, creio saber bem como se contam as histórias e como se compoõem retratos ao logo dos anos.
Isto dito e à laia de complemento ao que escrevi sobre AG direi que:
1. Em relação ao que refere VPV, não tenho a certeza que AG seja um homem fraco e superficial; mas tenho a opinião de que é indeciso, muito influenciável, tem um olhar terrível para quem não lhe for agradável e sim, os seus governos fizeram muito mal a Portugal. Mas VPV devia ter valorizado o que AG tem de bom. Lamentável.
2. Quanto ao que FSC (um dos vários que foi dando o fígado pela pátria, o que deve custar imenso!) escreveu, respeito a sua opinião mas, também tenho bem presente o que o saudoso Sousa Franco registou para a história. E sim, apreciar os governos de AG apenas nos corredores das alcatifas pode toldar um pouco a vista.
E, claro, pela cartilha conhecida, nada de referir um único defeito ou pecha de AG. Igualmente lamentável porque não isento.
Em síntese, AG é para mim um homem intelectualmente brilhante, foi muito hábil na construção da sua carreira política internacional o que não é para todos, só é pena que nunca queira ter tido paciência e a competência para tratar das coisas do seu País, a que fez bastante mal. Como está comprovado com números.
Um homem brilhante, sempre a tratar da vidinha. Mas estou bastante satisfeito por ter ganho o lugar na ONU.
AC

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