terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A propósito  de   SANTANA  LOPES
Diz que defende os ideais do PSD, os genuínos, os do PPD fundado por Francisco Sá Carneiro e seus companheiros.
Uns gostam. Outros não gostam de Santana Lopes, é o meu caso.

Como todas as pessoas, tem defeitos e qualidades.
Eu não acredito nele como real lutador contra as desigualdades.
Olho para o seu trajecto e vejo, sinteticamente, ansiedade e protagonismo de poder e frenesim pela constante aparição mediática. Mesmo com um bocadinho de razão na "sua queixa de enquanto bebé ter levado uns sopapos" foi um curto e trágico PM.
Nada disto resolve problemas estruturais da sociedades mas admito que dê boas vendas das revistas cor-de-rosa!
Penso que um dos problemas de Portugal, e é histórico (basta ir ver com detalhe o que aconteceu entre 1700 e 1900), é que quem em determinada altura da vida do País teve/tem poder, não quer sair, não gosta de ser esquecido, não cede o lugar. E muitos, historicamente comprovado desde 1700, e novamente comprovado nos últimos 40 anos, tratam de arranjar "tratos", conspirações, negociatas, arranjinhos, tudo para tratar da sua vidinha. 

Quando a vida corre mal, há sempre quem "sem interesse algum" empreste um carro, arranje uma sinecura.
Historicamente comprovado, na esmagadora maioria das vezes está-se perante projectos de poder pessoal, de regresso a poder ou tentativas para tal.
A nossa história entre 1800 e 1910 é eloquente. 
Os partidos não são entidades abstractas, mas organizações de pessoas.
Quanto a partidos novos, o que trouxe por exemplo o MRPP, os farsolas por trás das FP25, ou o bloco de Esquerda cimentado em cima da UDP, do PSR Louçanista, da política XXI cimentado em nomes como Miguel Portas, Pina Moura, José Magalhães, Mário Lino, Judas? 
E os sucessivos abandonos, e as integrações em PS por exemplo, a começar nos política XXI e nos MESzinhos?
Que sentido de missão? Que princípios? Que valores?
Que vidas para além das lojas, das sinecuras, do vaivém entre, cargos nacionais e/ ou estrangeiros, cargos privados e públicos, entre banca e seguros e reguladores, entre Macau e Continente?
E é sempre curioso ver, um pouco inesperadamente, certas figuras que como cidadãos nos habituámos a ver como equilibradas designadamente nas sucessivas e ponderadas intervenções sobre as questões Europeias, despertarem para a política partidária pela mão de meninos com recorte público saltitante.
Aguardemos, e tenhamos mais um bocadinho de paciência.
AC
Leio que Paulo Sande vai ser o cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu pelo “Aliança”, o nóvel agrupamento político criado por Santana Lopes.

Conheço Paulo Sande há bastantes anos. É, em Portugal, uma das pessoas que aborda, com maior seriedade e conhecimento, as questões europeias. Estivemos juntos em inúmeras iniciativas, comungamos muitas perspetivas, julgo que temos ideias bastante próximas em diversos temas internacionais. Tenho, além disso, por Paulo Sande um grande respeito pessoal. 

Não posso deixar de dizer que foi para mim uma surpresa vê-lo emergir politicamente ao lado de uma figura com o recorte público de Santana Lopes. É isso e mais nada que se me oferece dizer

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