domingo, 10 de novembro de 2019

OCS, COISAS ENGRAÇADAS QUE SE LÊEM
Li que decorreu uma cerimónia pelo 10º aniversário da chamada unidade de controlo costeiro da GNR, presidida pelo ministro Eduardo Cabrita.
Desde há anos, concretamente desde Miguel Cadilhe, com a história da então Brigada Fiscal querer ter lanchas e quando começou esta história de ter duplicações de meios num País como o nosso carente de tudo mas recheado de incompetentes com completa ausência de prioridades e visão estratégica, que me delicio com os episódios das lanchas da GNR que supostamente fiscalizam as águas territoriais. 
Claro que o cidadão comum é capaz de engolir estas patranhas, engole de certeza
Claro que ao cidadão comum escapam detalhes importantes como por exemplo, que tipo/ características médias de mar temos na nossa costa continental, e se as tão famigeradas lanchas da GNR aguentam ir para o mar e afastar-se um pouco da costa mal comecem umas ondas de 1,5 a 3 metros.
Se calhar não conseguem
Para lá de nunca se saber com rigor a operacionalidade e/ ou inoperacionalidade das ditas lanchas. Basta no entanto ir ás zonas de Pedrouços e Belém ou ir a Setúbal, e observá-las amarradinhas, para logo começar a coçar a cabeça.

No meio do evento, o ministro enalteceu imensas coisas, como é usual nestes momentos, mesmo quando como acontece muitas vezes, mais valia estarem calados.
A par da verborreia ministerial, os impagáveis da associação da guarda vieram a público dizer que por causa da cerimónia em todo o País (esqueceram-se de dizer Continente em vez de País) não se efectuou qualquer operação pois as embarcações estavam afectas à cerimónia. Se calhar andaram perto da verdade, até porque, quantas delas navegam, de facto?
Além disso, os guardas trataram de dizer que numa altura em que falta tudo na GNR fazem-se festas para agradar ao ministro (esta por acaso é bem metida!).
Claro que o também impagável comando da GNR veio logo pressuroso dizer que tudo foi feito sem qualquer prejuízo da actividade operacional. Pois!
Bom, o que vale é que o ridículo não mata, senão ia-se a associação e ia-se o comando.
E cá vamos nós, cantando e rindo, com festas para agradar aos ministros, festas que na verdade são é sempre promovidas pelos chefes, da GNR, das Forças Armadas, da PSP, além de cerimónias várias de outras instituições.
É um fartar de viaturas, tribunas, palanques, escoltas, seguranças,  para as elites e respectivos conjugues se sentarem a assistir aos eventos. Porque não tem sentido nenhum (e contrário à igualdade de género) nos dias de hoje do policiamento das mentes e do politicamente correcto apenas assistirem a estas coisas as autoridades, as altas entidades. As mulheres e maridos das autoridades e das altas entidades têm que assistir (se forem só namoradas de anos não vão). 
Não encarece a coisa, além de que as tribunas ficam muito mais bonitas, e muito compostas! E há tantos beijinhos entre elas e eles!
Tudo com custos irrisórios, e nunca com desvios das actividades operacionais, seja lá de que organização for.

Dirão alguns - mas se não se celebrassem os dias da GNR, PSP, Marinha, Exército, Força Aérea, e outras instituições, a população desconheceria essas instituições, a ligação das populações a estas e outras instituições que já é tão frágil mais diminuiria.
Respeito essa eventual opinião.
Mas que tal as instituições terem uma constante política de informação activa junto das populações no Continente e nas regiões  Atlânticas?
Que tal abrir com muita frequência as unidades e os estados-maiores aos cidadãos e aos jornalistas, e não só uma vez por ano?
Seria melhor? Seria pior? Seria mais económico?
AC

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