R E S P O N S A B I L I D A D E S
- Bem, o que eu quero saber é, se confirma que era o responsável máximo que, como tudo indica seria, pelo cargo, remuneração, carro, motorista, e muitas outras mordomias.
- Bem, sim, mas eu não tinha que saber tudo, para isso tinha vários abaixo de mim.
- Mas não se apercebeu que era tudo muito estranho?
- Repare, eu não fui alertado.
- Mas então, quem devia saber?
- Um dos que estava abaixo de mim, o vice, esse é que era na altura o responsável por esse departamento.
- Mas então ele terá sabido e não lhe disse nada a si?
- Bem, repare, não sei se o alertaram, e se não o alertaram ele não pode ser responsabilizado.
- Mas então, quem, lá na instituição a que o senhor presidia, era responsável por averiguar o que se estava a passar?
- Bem, os serviços......
- Os serviços.....mas quais? Quem em concreto?
- Olhe, não tenho memória disto que lhe vou dizer mas creio que foi aberta uma averiguação e, do muito pouco que recordo, julgo que concluíram que os porteiros tinham a culpa toda pelo forrobodó que por lá se passava.
- Mas, desculpe, lá onde?
- Bem, nessa empresa sobre a qual a senhora e os senhores querem que eu dê explicações mas, compreendam, passou muito tempo, e a minha estadia lá fora foi muito cansativa. E lá é, evidentemente também, a instituição que eu chefiava nessa altura.
- Mas, por inacreditável que pareça as culpas recaírem apenas e directamente nos porteiros da instituição, diga-me, eles foram castigados, houve processo de averiguações interno?
- Processo houve, até fruto da minha constante persuasão moral, mas não foram castigados, porque fugiram todos.
AC
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