segunda-feira, 21 de junho de 2021

"BITAITES" e a ARTE de NADA DIZER

ou o "copy paste" de palavras do, Ministro da Defesa Nacional (MDN), Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) e do presidente da República (PR) 

Nesta "história" da reforma dita "Cravinho" que o senhor imagina que seja a reforma das reformas no âmbito da Defesa Nacional (DN), houve muito burburinho no âmbito militar (oficiais reformados e entre eles alguns antigos chefes militares), alguns deputados, vários jornalistas e comentadores, e até muita bílis de quem saiu de mal com a sua instituição. Ah, e houve algumas reações do antigo presidente da República Ramalho Eanes, umas recomendações suaves do actual Presidente da República na sequência de reuniões importantes quase protocolares no Palácio de Belém, silêncio do PM, e reações diversas do ministro Cravinho relativamente ao qual, dado o que recentemente se passou durante as audições dos actuais chefes militares na Assembleia da República, a conclusão que legitimamente se tira é de que algumas das suas afirmações públicas não correspondem à verdade dos factos. A minha velhinha vizinha lá na aldeia costuma chamar a este tipo de pessoas "uns grandes aldrabões"!

Eu, simples cidadão que destas coisas muito pouco ou quase nada percebo, atrevi-me no passado a escrever alguns pequenos textos no âmbito destas matérias. Mas o meu melhor amigo militar que sempre escuto com muita atenção e que sabe alguma coisa destes assuntos e particularmente desde 1989 que os estuda e sobre eles tem escrito enquanto muitos se calam, diz-me que o que se passa neste âmbito - Defesa Nacional e Forças Armadas - é apenas mais um dos grandes exemplos do que é este desgraçado país.

Este artigo supra é mais um daqueles que o meu amigo descreve como "para encher chouriços", um cheiro a favorzeco ao governo que está, a que estes jornal e outros se prestam. 

Eu creio que, relativamente à afirmação deste deputado de que há três décadas se debatem alterações à estrutura de comando das FA, ele tem uma certa razão ou mesmo toda, pois foi a partir do 2º mandato de Cavaco Silva com maioria absoluta e Fernando Nogueira como MDN, que esta e outras matérias começaram a ser olhadas com profundidade. E começou a retração do que existia do tempo Africano, como não podia deixar de ser.

O meu amigo apontou-me legislação diversa do passado, propostas de lei que não foram avante, textos de muitos militares e civis ao longo dos anos como o general Loureiro dos Santos. Dá para perceber porque estamos como estamos. Do que vi, por exemplo em 2002, 7 de Fevereiro, ficou pronta em conselho de ministros uma proposta de lei para uma revisão profunda das competências do CEMGFA, ao ponto de aí estar desenhado que, por exemplo, ele ficasse com três subordinados concretos, o Comandante Naval, o Comandante Operacional das Forças Terrestres e o Comandante Operacional da Força Aérea. Nada avançou por demissão do então PM (António Guterres do PS) e subsequentes eleições legislativas. 

Não admira portanto que o actual e principal inspirador do ministro Cravinho tenha pegado nessa e em outras propostas  para ver se a consegue obter. Aguardemos pelos trabalhos em comissão na AR e, depois, o que fará ou dirá Marcelo Rebelo de Sousa.

António Cabral

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