Da Guerra
No próprio dia em que tomou posse do cargo de Vice-Chefe do Estado-Maior General do Exército (*) em 14 de Janeiro, Spínola informou Marcello de que ia finalmente publicar o seu livro. Deixar-se primeiro promover sem palavra de aviso. Agora, comprometido com o governo, avançava contra ele, com aquela mistura de grosseria e de ingenuidade que os Portugueses não tardariam a conhecer. Não hesitou, por exemplo, em se declara magoado por Silva e Cunha não ter permitido que "os rapazes" dele fossem assistir à cerimónia de posse e que a televisão a filmasse. O pequeno régulo queria ser entronizado perante o País com a sua corte à volta. Mais uma vez Marcello lhe explicou que Portugal não era a Guiné, e foi notando que ele precisava de autorização superior para publicar o livro. Spínola fingiu-se escandalizado.
AC
(*) algumas vezes, como aqui, VPV troca nomes de cargos, neste caso o cargo era o de Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, enquanto Costa Gomes assumiu o de Chefe.
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