O MEU HERÓI ?
Esta frase/ pergunta coloquei-a há pouco a mim mesmo, depois de jantar e ter conversado ao telefone com a minha idosa mãe, no lar, e sem a tosse lhe ter passado, ainda que estando menos forte. A boa notícia é que, aparentemente, os pulmões estarão em razoáveis condições, sem nada preocupante. A propósito de heróis, ela é a minha heroína, com os seus 96 anos, lúcida, ágil para a idade que tem, memória incrível.
Mas a pergunta supra veio-me à cabeça ao voltar a pensar neste dia 25 de Novembro, no 25NOV75. Opiniões discutem-se, argumentam-se, com elas se concorda ou discorda. Respeitam-se. Eu respeito opiniões de outrem.
Creio que ainda hoje, relativamente a um dia que, para mim, continua envolto em muita névoa, sem a verdadinha toda estar cá fora, uns dirão que o herói desse dia é Ramalho Eanes, outros Vasco Lourenço, outros Jaime Neves, outros o regimento de comandos, outros Melo Antunes, outros Costa Gomes, outros os fuzileiros porque ficaram quietos na sua base ou a isso foram persuadidos, etc.
Este dia do passado da nossa história recente, é um dos muitos não esclarecidos, um dos muitos em que alguns/ alguém montou uma historieta conveniente para ficar na história. E quem quiser que acredite nela. Eu tenho uma série de dúvidas. Não se disse a verdade sobre certas coisas administrativas, certas ordens, certas actuações dúplices, certos emissários, certos na sombra, etc.
Por mim não há herói mas sim uma heroína, é a liberdade, que venceu nesse dia definitivamente e que, para mim, foi decisivo o lado para que se tombou, pois levou à conclusão dos trabalhos parlamentares e à aprovação da Constituição da República com as inerentes e positivas consequências.
Mas, lamentavelmente, verifica-se nos dias de hoje a continuação da mentirinha por parte de quem devia não o fazer e ter compostura de Estado. É uma das características da III República, os que formalmente mandam mentirem muito. Atente-se na escola, SNS, justiça, industrialização do país, energia e a dependência externa, a dívida externa, forças armadas, ordenamento do território, corrupção, promiscuidade/ política/ negócios/ banca/ futebol, habitação, ferrovia, florestação, economia, sistema eleitoral, comunicação social, etc.
AC
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