MINUSCA, MIRÍADE, FARSAS, MENTIRAS
Volto à carga, 99,9999 % dos meus concidadãos não tem o mínimo interesse nas questões de segurança, defesa (DN), Forças Armadas (FA). Dito de outra forma, ZERO absoluto, desprezo total por coisas de tropa (como depreciativamente a esmagadora maioria dos cidadãos comuns se refere a estes assuntos). E estou convicto que não serão muitos os militares que a sério se interessem pela MINUSCA, pela MIRÍADE, e menos ainda pelo sr Cravinho (MDN).
Violentando-me, e muito, sentei-me nesta sexta-feira em frente ao televisor durante um pouco mais de 3 horas, a ver e ouvir o sr Cravinho, os chefes militares (Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas/ CEMGFA e Chefe do Estado-Maior do Exército/ CEME) chamados à Assembleia da República (AR) e os deputados da Comissão de Defesa Nacional.
Agora não tenho tempo para me alongar, voltarei ao assunto com brevidade. Deixo apenas um registo breve das minhas impressões sobre esta tarde. Péssimas impressões.
Vários dos palradores / deputados confundem desejos com realidades. O representante do BE cumpriu um dos mais deploráveis papeis a que tenho assistido na AR.
As deputadas do PS, sendo a campeã uma tal Lara Martinho, desempenharam-se daquele triste papel "his master voice" num registo patético lamentável. Uma completa ausência de categoria oratória parlamentar, uma atroz ausência de argumentação, estou em crer que o próprio Cravinho poderá ter ficado espantado aqui ou ali.
Do PCP, PSD e CDS, não vi surgir nada de extraordinário. Cada um a seu modo, frisaram e a meu ver muito bem, que estava ali em causa apenas e só uma questão política, e inerentes perguntas e argumentos sobre a decisão política de Cravinho de ficar calado e nada ter sussurrado ao PM. Este, provavelmente, talvez tivesse dito alguma coisa ao repórter - mor da Nação.
Para qualquer cidadão comum que não vire as costas aos problemas da sociedade, sejam de que natureza forem, é evidente que nesta história há coisas que pouco se percebem, e mesmo se estranham. Há certamente uma mentirinha aqui e acolá. O CEMGFA procurou ser detalhado, mas esqueceu-se de explicar porque, estando forças nacionais (FND) naquela zona de África desde 2017, havendo há tantos anos forças nacionais empregues em outras áreas de conflitos, porque é que as normas de controlo no aeroporto de figo Maduro não são há anos apertadíssimas. Ele bem tentou explicar que depois de Março de 2020 o controlo foi apertado, tal como o CEME tentou por mais de uma vez explicar os seis meses de preparação/ aprontamento de forças antes de serem deslocadas para teatros de operações. Tiveram sorte, porque os deputados do BE, PCP, CDS e PSD não lhes colocaram esta óbvia pergunta.
Depois, o sr Cravinho informou que nunca pediu pareceres jurídicos, que não existem, nem se baseou em pareceres jurídicos. Esqueceu-se de dizer se indicou a Marcelo que o seu silêncio se baseou em pareceres jurídicos ou se não referiu nada disso a Marcelo. Ficaríamos a saber quem mentiu ou se mentiram os dois, sendo esta segunda hipótese a mais provável. Basta analisar a sucessão de afirmações inacreditáveis do comentador Marcelo (pareceres, opiniões, etc.).
Sendo por agora o mais breve possível, uma vez mais temos uma situação caricata, com um incompetente na berlinda, com o Presidente que começa a estar como aquela bruxa ou fada má que contavam aos meninos e meninas nos anos 50 do século passado - abre a boca saem sapos, contras e lagartos.
Tudo isto um nojo. E depois chegam uns parvalhões a dizer que colocar dúvidas, querer esclarecimentos, querer verdades, é tudo um ataque à FA, FA de que eles tanto se orgulham. São os tais orgulhosos deputados a bater no peito e, antes e depois das tiradas como hoje de tarde, sempre a cortar nas verbas e outras coisas para as FA. Umas jóias de criaturas.
Cereja em cima deste podre bolo, o sr Ascenso Simões, a tratar os portugueses como de costume, como se fossemos todos muito burros. Aquela dos 313 processos é inolvidável. Virei a isso.
AC
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