sábado, 30 de julho de 2022

PINTO da COSTA, Supertaça, e o FUTEBOL

Pinto da Costa, presidente do FC Porto, aproveitou o momento relacionado com a disputa de uma final de futebol (Supertaça) e pronunciou-se sobre o país, e o futebol.
Eis as considerações conhecidas através da comunicação social.

"Num país estupidamente centralizado, é um raro motivo de satisfação verificar que um importante título de futebol vai ser discutido em Aveiro entre uma equipa do Norte e outra do Centro. São várias as razões que fazem do futebol uma atividade muito importante para a economia e a sociedade portuguesas.

Goste-se ou não, é o futebol que mais contribui para levar o nome do país a todo o mundo. Goste-se ou não, salvo muito raras exceções, são figuras do futebol os portugueses mais reconhecidos. Goste-se ou não, é o futebol que permite aos políticos, muitas vezes, aparecerem publicamente a associarem-se a sucessos para os quais não contribuíram, mas que tentam capitalizar em popularidade.

Goste-se ou não, o futebol, asfixiado em impostos, representa uma atrativa fonte de receitas para o Estado. Goste-se ou não - e há cada vez mais gente que não gosta, não tenho dúvidas -, é o futebol que muitas vezes está na linha da frente das lutas contra muitas injustiças, nomeadamente as que provocam desequilíbrios insustentáveis entre os diferentes territórios do país.

Um FC Porto-Tondela disputado em Aveiro é mais uma prova de como o futebol pode estar à frente e dar um exemplo de democracia num país em que esta ainda não se cumpre plenamente. Ao contrário do que muitos gostariam, a democracia não se esgota nas eleições. Portugal só será plenamente democrático quando houver igualdade de oportunidades para todos os cidadãos em todo o país. Tenho a certeza de que esta Supertaça vai contribuir para a felicidade de muita gente de muitos sítios cronicamente esquecidos.

A minha expectativa, naturalmente, é que além deste pequeno contributo para atenuar injustiças flagrantes este jogo também possa ser um excelente espetáculo desportivo e termine com mais uma vitória do clube que detém a hegemonia desta competição."

O presidente do FCPorto, como qualquer seu concidadão, tem todo o direito à liberdade de expressão e de opinião. Deve respeitar-se.
Como respeitadas devem ser todas e designadamente as divergentes deste tripeiro.

Pessoalmente, creio que Pinto da Costa diz várias verdades, que sublinho a azul. Discordo de outras, tenho dúvidas sobre algumas, sublinho a vermelho.

Por exemplo: onde é que o futebol atenua injustiças flagrantes? Será porque há jogadores de origem diversa? Será porque no mundo do futebol as contas com o fisco se equivalem, porventura, às de outros bem aconselhados na engenharia financeira e fiscal?
AC

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