terça-feira, 26 de julho de 2022

DÓI   ou   NÃO ?

Na minha idade já não me doem as traições, as mentiras, nem as decepções……..O que mais me dói são as articulações.

Por acaso não me doem as articulações. Às vezes, uma das "S" ou uma das"L" dá um ligeiro sinal de vida mas, felizmente, nada de preocupante ou dramático.

Tal como José Tolentino Mendonça considerou, também considero que o início de uma amizade tem algo de misterioso, e concordo totalmente com este nosso Cardeal,
- O modo como uma grande amizade começa é misterioso. Podemos descrevê-lo como um movimento de empatia que se efetiva, um laço de afeição ou de estima que se estreita, mas não sabemos explicar como é que ele se desencadeia. Irrompe em silêncio a amizade. Na maior parte das vezes, quando reconhecemos alguém como amigo, isso quer dizer que já nos ligava um património de amizade, que nos dias anteriores, nos meses anteriores, como escreveu Maurice Blanchot, «éramos amigos e não sabíamos».
Aquilo de que uma amizade vive também dá que pensar. É impressionante constatar como ela acende em nós gratas marcas tão profundas com uma desconcertante simplicidade de meios: um encontro dos olhares (mas que sentimos como uma saudação trocada entre as nossas almas), uma qualidade de escuta, o compartilhar mais breve ou demorado de uma mesa ou de uma conversa, um compromisso comum num projeto, uma qualquer ingénua alegria… A linguagem da amizade é discreta e ténue. E, ao mesmo tempo, é inesquecível e impressiva (José Tolentino Mendonça
)
.

Cada vez mais me questiono sobre este tema. 
Sobre as amizades. Sobre certas amizades. Sobre falsas amizades.
E sobre certos trastes.

António Cabral (AC)

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