segunda-feira, 11 de julho de 2022

MAR,  OCEANOS (2) 
MAR, OCEANOS, MARINHA,  PORTUGAL
Sobre a temática "OCEANOS", "MAR", já aqui deixei umas palavras, sendo esta a terceira vez que volto ao tema, se não estou equivocado.

Oceanos, o mar, o mar como elemento de segurança, o mar como potencial gerador de riqueza, o mar como factor de prestígio, o mar como vector de poderio.
Para os assuntos do mar, e recordando Hernani Lopes, esta é uma sistematização que devia estar sempre presente na cabeça dos, titulares dos orgãos de soberania, dos decisores políticos, dos decisores empresariais, das elites.

Agora, designadamente com o ministro Costa e Silva, parece estar a falar-se do mar com algum entusiasmo, que para ele (MAR) se tem de olhar. 
E lá voltam a entrevistar Tiago Pita e Cunha, e lá voltam a falar de economia azul, e lá voltam a enfatizar Sines. 

E lá voltam, engasgados, sempre de forma intermitente, ao discurso político como mero pano de fundo da lastimável e demagógica retórica política. Ora aparece, ora desaparece, intrujice atrás de intrujice. Estamos nisto há para aí 35 anos! Agora houve a conferência dos Oceanos. Disse Marcelo que tinha de ser cá porque….esqueçam!

Lá se voltam a entusiasmar alguns importantes civis, retórica monumental e pastosa. O próprio Chefe de Estado-Maior da Armada (CEMA), legitimamente, a ficar mais esperançado quanto à forma como espera que os governantes venham a tratar dos assuntos do MAR e da Marinha de Portugal.
Quem sabe até, se no seio da GNR não se estão a questionar se esta força de segurança não deve ser imediatamente apetrechada com fragatas e "drones" que consigam chegar, pelo menos, até à Madeira.

Mas a realidade é o que é. As discursatas pomposas são o que são, ocas, e de que somos os melhores dos melhores é frase que também passa rapidamente. Perdas de oportunidades sucedem-se, há anos.

Passar das palavras aos actos?
É o que está à vista.

E o que está à vista é uma inação concreta, com pequenos avanços e muita retórica. Ao longo dos anos alguns muito se têm esforçado para que os governos olhem certas realidades, como por exemplo:
> Só a ZEE dos Açores representa cerca de 30% da ZEE Europeia
> Depois do 25 de Abril foi só Europa, esquecendo que o oceano Atlântico não é uma fronteira, é um mar que une aliados pela geografia, pela história, pela necessidade comum e vital.

A economia do mar, a economia azul, anda a ser contabilizada, e vão aparecendo indicadores a dizer que está a ir de vento em popa.
Por mim desconfio muito de certas coisas e números.
Que a economia do mar poderá e deverá relançar a frágil (para não dizer pior) economia nacional, é uma coisa sempre na boca dos formalmente responsáveis. 
Lembram sempre a grande tradição marítima, a epopeia das descobertas, mas continuam a não reparar que isso não coloca o pão na nossa mesa.

Sim, nos últimos anos tem havido alguns progressos. 
No plano diplomático, no plano de mostrar que existimos, no plano de ter representantes em reuniões, sim tem havido acções, por exemplo, na Organização Marítima Internacional, na comissão da ONU que lida com a temática dos oceanos, na Autoridade Internacional dos Fundos marinhos, etc.

Uma das coisas mais concretas foi o esforço feito para se poder  apresentar o pedido/ proposta de Extensão da Plataforma Continental, entregue na ONU em Maio de 2009. 
Já se passaram 13 anos. Como alguns dizem que sou chato, ou mauzinho, ou azedo, deixo aqui um veneno: gostava de ser mosca para observar o que certos países muito amigos (????) de Portugal têm feito para nos ajudar neste processo.
António Cabral (AC)

(continua)

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